terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Os EUA e o "eixo do mal"



Iraque faz parte dos países que formam
o "eixo do mal", diz George W. Bush
O termo "eixo do mal" foi usado pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em seu discurso anual sobre o estado da União, proferido diante do Congresso norte-americano em 29 de janeiro de 2002.
Segundo Bush, os três países que constituem o "eixo do mal"-Coréia do Norte, Irã e Iraque- possuem armas de destruição em massa e patrocinam o terrorismo regional e mundial.
Acusados de investir em armas de grande impacto, esses "países renegados" representam, segundo a Casa Branca, uma ameaça real à estabilidade global.
A expressão remete ao "Eixo" formado por Alemanha, Itália e Japão na Segunda Guerra, e foi comparada ao "império do mal", usado por Ronald Reagan em 1982 para definir a então União Soviética.
Coréia do Norte, Irã e Iraque, segundo Bush, constituem uma categoria superior dentro do que convencionou-se chamar de "Estados vilões". Aí também se situariam Cuba e Líbia, entre outros.
O termo causou polêmica dentro e fora dos EUA. Madeleine Albright, ex-funcionária do governo de Bill Clinton, atacou Bush por suas declarações sobre "eixo do mal".
"Acredito que foi um grande erro juntar estes três países", disse Albright. "São muito diferentes um do outro", disse ela, acrescentando que não vê o "valor" da advertência de Bush de que estes países sejam alvos na guerra contra o terrorismo, promovida pelos EUA.
"Isso alarma os aliados estrangeiros. Sabemos que eles já não apoiam o que estamos fazendo no Iraque, Irã ou Coréia do Norte, por isso, não vejo que valor tem", afirmou.
A Duma (câmara baixa do Parlamento russo) acusou os Estados Unidos de "ameaçarem a segurança mundial" com sua campanha contra um "eixo do mal", que seria destinada, segundo os parlamentares, a liquidar suas contas sob a cobertura do antiterrorismo e a atiçar o conflito no Oriente Médio.
Mas o termo controverso ganhou força e é usado por outras pessoas além de Bush. A conselheira de segurança nacional de George W. Bush, Condoleezza Rice, disse que o "apoio do Irã ao terrorismo" e seus esforços para "conseguir armas de destruição em massa" fazem o país estar "completamente inserido no eixo do mal".
Ações recentes
Antes da declaração de que a Coréia do Norte decidiu reativar seu programa nuclear, em 16 de outubro de 2002, o "eixo do mal" vinha surpreendendo Washington com suas ações mais recentes.
Dois dos três países na lista negra de Bush - Iraque e Coréia do Norte- tomaram medidas para se manter dentro das normas internacionais nos últimos tempos.
O Iraque concordou em readmitir os inspetores de armas da ONU sem impor condições, após anos de impasse. E a Coréia do Norte pediu desculpas por sequestros de cidadãos japoneses e ofereceu concessões no campo da segurança.
Se os gestos indicam uma mudança fundamental nas atitudes do Iraque e da Coréia do Norte é algo questionável. Mas também é questionável em que medida a posição linha-dura de Bush contribuiu para as reviravoltas.
O Irã, por sua vez, continua preso em uma disputa política entre reformistas e conservadores. A rivalidade estagnou o Estado e a formação de suas políticas doméstica e exterior.


 









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