quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Fases do Capitalismo



O capitalismo tem pelo menos 500 anos de história. Nesse longo período, não permaneceu estático, mas evoluiu e se trans­formou. Geralmente, são aceitas as seguintes fases: comercial, idustrial e financeiro.
Capitalismo comercial
O capitalismo comercial consolidou-se com base nas trocas comerciais, cada vez mais inter­nacionalizadas, e na colonização da América, África e Ásia. As potências da época (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda) enrique­ceram explorando novas terras e comercializan­do escravos, manufaturas, metais preciosos e produtos agrícolas. Buscava-se o enriquecimento por meio da acumulação de metais preciosos (metalismo). Foi o período do Mercantilismo. Diversos aspectos da geografia de muitos países são, ainda hoje, reflexo desse período.
Capitalismo industrial
O capitalismo industrial teve início com a trans­formação do trabalho manual em mecânico e com o uso acelerado da energia não-humana: a máqui­na movida a vapor, gerado por meio da combustão do carvão, é típica dessa fase. A invenção e a implantação de máquinas no processo produtivo foram facilitadas pelo grande volume de capital acumulado durante o Mercantilismo.
Numa segunda etapa, a industrialização se expandiu para outros países, permitindo a multi­plicação das indústrias e a utilização de um núme­ro crescente de trabalhadores. Ampliou-se assim a classe operária (proletariado) e se internacionali­zou o sindicalismo. Ao mesmo tempo ocorria uma explosão urbana, com transformações no modo de vida e na economia, que marcam o mundo de hoje. Nesse período, as relações internacionais foram caracterizadas pela intensifica­ção da ação imperialista euro­péia sobre a África e a Ásia, gerando conflitos entre as gran­des potências, cuja culminância foi a Primeira Guerra Mundial. O imperialismo teve como causa três problemas que os países europeus enfrentavam:
• Produção excedente - Com a industrialização, a produção de mercadorias cresceu num ritmo muito mais rápido que o dos mercados existentes. Esse ritmo de crescimento gerou uma grande produção exce­dente, o que levou à disputa por novos mercados.
• Excedente de capital - As indústrias obtinham lucros cada vez maiores (ocorrendo uma superacumulação de ca­pital), e a saturação dos merca­dos existentes não viabilizava o reinvestimento interno desse capital. Dessa forma, era ne­cessário buscar outros locais para investir os excedentes de capital, o que contribuiu para mais um passo em direção à globalização econômica mun­dial.
• Abastecimento de maté­rias-primas - Para a manu­tenção do processo de produ­ção industrial, tornava-se deci­sivo garantir o abastecimento de matérias-primas, muitas vezes escassas ou inexistentes nos países industrializados europeus.


Capitalismo financeiro
O termo "capitalismo finan­ceiro" foi utilizado pela primeira vez em 1881, pelo vienense R. Hilferding. Segundo ele, o capi­talismo tinha duas característi­cas fundamentais: a crescente integração do capital industrial com o capital de financiamento (controlado pelos bancos) e a intensificação do processo de monopolização. 
Capitalismo financeiro - empresas transnacionais
Suas previsões se concretizaram no século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, pois a acelera­ção do crescimento industrial e o aumento da concorrência internacional levaram muitas empresas a exportar cada vez mais capital produtivo, ou seja, meios de produção (indústrias de bens de consumo, fábricas de máquinas e equipamentos, em­presas de transporte, portos e armazéns, minas, projetos agropecuários, etc). Tal fato originou as empresas hoje chamadas de multinacionais ou transnacionais, que buscam nos países subdesenvolvidos mão-de-obra barata, mercados consumidores e matérias-primas.
Esse proces­so caracteriza a chamada teoria do centro-periferia e se enqua­dra no capitalismo financeiro porque se assenta na monopoli­zação e na aplicação de capital das grandes potências indus­triais nos países subdesenvolvi­dos, com posterior transferência dos lucros, juros, dividendos e royalties no sentido inverso, ou seja, desses países periféricos (subdesenvolvidos) para os res­pectivos países de origem do capitalismo central (grandes potências). Na fase financeira do capitalismo, o processo de monopolização atingiu seu auge. A evolução do capitalismo reve­lou que sua lógica competitiva fortalece as grandes empresas, aptas a disputar parcelas cada vez maiores do mercado consu­midor com seu sólido capital. As empresas menores, incapazes de disputar o mercado nas mes­mas condições, ficam com uma parcela ínfima do mercado ou acabam sendo absorvidas pelas maiores.



Na atual fase do capitalismo, o monopólio ocorre quando uma empresa domina a oferta de determinado serviço ou produ­to. Tem sido mais comum a forma mais elaborada de mono­pólio: o oligopólio, ou seja, um grupo de empresas que detêm o controle do mercado, como o cartel, truste e holding.
Por: Paulo Magno da Costa Torres
  

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