O capitalismo
tem pelo menos 500 anos de história. Nesse longo período, não
permaneceu estático, mas evoluiu e se transformou. Geralmente, são
aceitas as seguintes fases: comercial, idustrial e financeiro.
Capitalismo comercial
O capitalismo comercial consolidou-se com base nas trocas comerciais, cada vez mais internacionalizadas, e na colonização
da América, África e Ásia. As potências da época (Portugal, Espanha,
Inglaterra, França e Holanda) enriqueceram explorando novas terras e
comercializando escravos, manufaturas, metais preciosos e produtos
agrícolas. Buscava-se o enriquecimento por meio da acumulação de metais
preciosos (metalismo). Foi o período do Mercantilismo. Diversos aspectos da geografia de muitos países são, ainda hoje, reflexo desse período.
Capitalismo industrial
O capitalismo industrial teve início
com a transformação do trabalho manual em mecânico e com o uso
acelerado da energia não-humana: a máquina movida a vapor, gerado por
meio da combustão do carvão, é típica dessa fase. A invenção e a
implantação de máquinas no processo produtivo foram facilitadas pelo
grande volume de capital acumulado durante o Mercantilismo.
Numa segunda etapa, a
industrialização se expandiu para outros países, permitindo a
multiplicação das indústrias e a utilização de um número crescente de
trabalhadores. Ampliou-se assim a classe operária (proletariado) e se
internacionalizou o sindicalismo. Ao mesmo tempo ocorria uma explosão
urbana, com transformações no modo de vida e na economia, que marcam o
mundo de hoje. Nesse período, as relações internacionais foram
caracterizadas pela intensificação da ação imperialista européia sobre
a África e a Ásia, gerando conflitos entre as grandes potências, cuja
culminância foi a Primeira Guerra Mundial. O imperialismo teve como causa três problemas que os países europeus enfrentavam:
• Produção excedente -
Com a industrialização, a produção de mercadorias cresceu num ritmo
muito mais rápido que o dos mercados existentes. Esse ritmo de
crescimento gerou uma grande produção excedente, o que levou à disputa
por novos mercados.
• Excedente de capital -
As indústrias obtinham lucros cada vez maiores (ocorrendo uma
superacumulação de capital), e a saturação dos mercados existentes não
viabilizava o reinvestimento interno desse capital. Dessa forma, era
necessário buscar outros locais para investir os excedentes de capital,
o que contribuiu para mais um passo em direção à globalização econômica
mundial.
• Abastecimento de matérias-primas -
Para a manutenção do processo de produção industrial, tornava-se
decisivo garantir o abastecimento de matérias-primas, muitas vezes
escassas ou inexistentes nos países industrializados europeus.
Capitalismo financeiro
O termo "capitalismo financeiro" foi
utilizado pela primeira vez em 1881, pelo vienense R. Hilferding.
Segundo ele, o capitalismo tinha duas características fundamentais: a
crescente integração do capital industrial com o capital de
financiamento (controlado pelos bancos) e a intensificação do processo
de monopolização.
Suas previsões se concretizaram no século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial,
pois a aceleração do crescimento industrial e o aumento da
concorrência internacional levaram muitas empresas a exportar cada vez
mais capital produtivo, ou seja, meios de produção (indústrias de bens
de consumo, fábricas de máquinas e equipamentos, empresas de
transporte, portos e armazéns, minas, projetos agropecuários, etc). Tal
fato originou as empresas hoje chamadas de multinacionais ou transnacionais, que buscam nos países subdesenvolvidos mão-de-obra barata, mercados consumidores e matérias-primas.
Esse processo caracteriza a chamada
teoria do centro-periferia e se enquadra no capitalismo financeiro
porque se assenta na monopolização e na aplicação de capital das
grandes potências industriais nos países subdesenvolvidos, com
posterior transferência dos lucros, juros, dividendos e royalties no
sentido inverso, ou seja, desses países periféricos (subdesenvolvidos)
para os respectivos países de origem do capitalismo central (grandes
potências). Na fase financeira do capitalismo, o processo de
monopolização atingiu seu auge. A evolução do capitalismo revelou que
sua lógica competitiva fortalece as grandes empresas, aptas a disputar
parcelas cada vez maiores do mercado consumidor com seu sólido capital.
As empresas menores, incapazes de disputar o mercado nas mesmas
condições, ficam com uma parcela ínfima do mercado ou acabam sendo
absorvidas pelas maiores.
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