quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Corrida Armamentista


 
Com o advento da Guerra Fria, os Estados Unidos tornaram-se grandes fabricantes de armas, desenvolvendo a chamada corrida armamentista. Desde a Guerra da Coréia (1950-53) até a crise dos mísseis soviéticos em Cuba(1962), os norte-americanos intervieram em quase uma dezena de crises e guerras externas, gerando em todo o mundo um verdadeiro sentimento antiamericanista. 
Quando, em 1949, a URSS anunciou ao mundo a explosão de um artefato atômico, o Ocidente viu confirmada a sua opinião de que os soviéticos desejariam destruir o "mundo livre" e Washington iniciou a construção de bombas de hidrogênio.
A corrida armamentista foi, assim, uma espécie de "pingue-pongue do medo". Cada ação do inimigo, interpretada como ofensiva, levava a uma reação defensiva, considerado pelo bloco oposto como agressiva, o que provocava uma atitude de salva­guarda, também tida, pelo outro lado, como hostil.
Representação da corrida armamentista com disputa de forças bélicas entre EUA e URSS.
Essa lógica do pânico colocou o mundo à beira do caos, num iminen­te conflito nuclear. A partir de 1946, a imprensa passou a usar a expressão "Guerra Fria" em oposição a uma eventual "Guerra Quente Nuclear".
Na década de 60, com a presidência de John F. Ken­nedy, o aumento do orçamento do Estado e a expansão industrial permitiram o financiamento de programas de ajuda aos países em desenvolvimento, bem como dos pro­jetos espaciais (Corrida Espacial) e do rearmamento. Como consequência, ampliou-se o seu arsenal nuclear e convencional. Intensi­ficaram-se as intervenções militares norte-americanas em guerras localizadas, nas quais se assinalava também a intervenção soviética: Laos, Cambodja e Vietnã. Sob a presidência de Lindon Johnson (1964).
Ainda no âmbito da luta contra o comunismo, os Estados Unidos passaram a estimular as ditaduras militares na América Latina (como no Uruguai, Brasil e Argentina) e, da mesma forma, procuraram garantir as ditaduras já instaladas com seu apoio (como na República Dominicana, Nicarágua, Haiti e Para­guai).
O que impediu a "guerra absoluta" entre as duas superpotências e manteve a "paz relativa" ao longo das décadas da Guerra Fria foi esse equi­líbrio do terror. Moscou e Washington sabiam que um ataque ao inimigo implicaria a autodestruição. Na terminologia geoestratégica e geopolítica americana surge a expressão MAD -Mutual Assured Destruction (Destruição Mútua Assegurada).
Essa expressão foi decorrente de hipóteses científicas levantadas a partir do que ocorreria se houvesse uma guerra nuclear. A destruição de grande parte da vida terrestre; as marcas deixadas pela radiação em várias gerações de sobreviventes; os problemas relativos à reconstrução; enfim, tudo isso gerou verdadeiro pânico no mundo, estampado no que se convencionou chamar de "Inverno Nuclear".
 
Conclusão
Os Estados Unidos estão vivendo ainda hoje os efei­tos de uma crise econômica gerada pela corrida armamentista, cuja prioridade dada ao setor bélico-militar em detrimento dos demais setores industriais. O déficit público avolumou-se e, com isso, o país foi ultrapassado por países de economias mais com­petitivas. A estagnação econômica fez-se acompanhar dos problemas sociais, hoje crescentes nos Estados Unidos, como o desemprego, a inflação e a marginalização de boa parte de sua população economicamente ativa, especial­mente a negra.
Bibliografia:
ARNAUT, Luiz e MOTTA, Rodrigo P.S. - A Segunda Grande Guerra: do nazi-fascismo à guerra fria - SP: Atual, 1994.









Por: Renan Bardine

Nenhum comentário:

Postar um comentário