O objetivo principal do blog é oportunizar aos alunos um instrumento de aprendizagem que seja significativo e possibilite que o mesmo melhore seu processo de construção do conhecimento.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
História do Capitalismo
O capitalismo
tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa
idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida
econômica social e política dos feudos para a cidade. O feudalismo
passava por uma grava crise decorrente da catástrofe demográfica
causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela
fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas Cruzadas (do
século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento
urbano e comercial e, consequentemente, as relações de produção
capitalista se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na idade
Moderna, os reis expandem seu poderio econômico e político através do mercantilismo e do absolutismo.Com o absolutismo e com o
mercantilismo o Estado passava a controlar a economia e a buscar
colônias para adquirir metais (ouro e prata) através da exploração. Isso
para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento
favoreceu a burguesia – classe que detém os meios de
produção – que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do
sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, com a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo.A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial,
inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa,
geração de lucro e acumulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia
assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os
tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio
de nascimento) e a força do capitalismo se impõe. Surgem as primeiras
teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo.
Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), precursor do
liberalismo econômico, publica “Uma Investigação sobre Naturezas e
Causas da Riqueza das Nações”, em que defende a livre-iniciativa e a
não-interferencia do Estado na Economia.O capitalismoEm seu sentido mais restrito, o
capitalismo corresponde à acumulação de recursos financeiros (dinheiro) e
materiais (prédios, máquinas, ferramentas) que têm sua origem e
destinação na produção econômica. Essa definição, apesar de
excessivamente técnica, é um dos poucos pontos de consenso entre os
inúmeros intelectuais que refletiram sobre esse fenômeno ao longo dos
últimos 150 anos.São duas as principais correntes de
interpretação do capitalismo, divergindo substancialmente quanto a suas
origens e conseqüências para a sociedade. A primeira foi elaborada por
Marx, para quem o capitalismo é fundamentalmente causado por condições
históricas e econômicas.O capitalismo para Marx é um
determinado modo de produção cujos meios estão nas mãos dos
capitalistas, que constituem uma classe distinta da sociedade. Segundo
Marx os modos de produção
estão nas mãos dos capitalistas, que constituem uma classe distinta da
sociedade. A propriedade privada, divisão social do trabalho e troca
são características fundamentais da sociedade produtora de mercadorias.
E a produção de mercadorias dedicam-se os produtores independentes
privados que possuem a sua força de trabalho, os seus meios de produção
e os produtores independentes privados que possuem a sua força de
trabalho, os seus meios de produção e os produtos resultantes do seu
trabalho.A divisão social do trabalho é outra
condição prévia característica de uma sociedade capitalista. Como nessa
sociedade o indivíduo não tem todas as profissões necessárias para
satisfazer as suas múltiplas necessidades (de alimentação, de
vestuário, de habitação, de meios de produção etc), uma vez que ele
possui apenas uma profissão, só consegue subsistir se puder
simultaneamente adquirir os produtos do trabalho de outrem. Como nessa
sociedade cada pessoa tem uma profissão particular, todos dependem uns
dos outros, e isto decorre da divisão do trabalho no seio da produção
mercantil.Os produtos dos diferentes trabalhos
privados têm de ser, na sociedade capitalista, trocados. A troca é
condição necessária para a subsistência de todos na sociedade, e esse
produto a ser trocado, resultado do trabalho, denomina-se mercadoria.
Assim, um produto do trabalho só se torna mercadoria num quadro de
condições sociais em que imperem a propriedade privada, a divisão
social do trabalho e a troca, não podendo ser considerado como tal caso
não se verifique essas três condições.Consequentemente pode-se afirmar que
as mercadorias diferenciam-se umas das outras pelo seu valor de uso,
uma vez que a cada necessidade específica corresponde uma mercadoria
com características especificas. Por sua vez o valor de troca poderia
ser caracterizado como sendo a relação ou a proporção na troca de um
certo numero de valores de uso de uma espécie contra um certo numero de
valores de uso de outra espécie. Mas segundo Lênin,” a experiência
quotidiana mostra-nos que, através de milhares de milhões de troca desse
tipo, se comparam incessantemente os valores de uso mais diversos e
mais díspares.Se eu trocar, por exemplo, duas
blusas por um par de sapatos, porque sou alfaiate e só produzo roupas,
mas preciso de sapatos para proteger meus pés, estarei equiparando o
produto do meu trabalho como alfaiate, isto é, duas blusas ao par de
sapatos que desejo comprar.Quando duas coisas são equivalentes e
equiparáveis, tais coisas são iguais. Todavia, verifica-se que as
mercadorias permutadas têm diferença entre si, não são iguais. Que há em
comum entre coisas diferentes, que são tornadas constantemente
equivalentes num determinado sistema de relação social?O que elas têm em comum é o fato de
serem produtos do trabalho. Enquanto valores de uso, as mercadorias são
produtos de um trabalho pratico especifico: as blusas são trabalhos do
alfaiate, um par de sapatos é produto do trabalho do sapateiro etc. Da
mesma forma que os valores de uso dos produtos específicos são
diferentes, as diferentes espécies de trabalho necessárias à sua
produção também não são iguais. Não obstante, todas as mercadorias são
produtos do trabalho humano geral, relativamente ao qual são todas
iguais.A grandeza do valor é determinada
pela quantidade de trabalho socialmente necessária ou pelo tempo de
trabalho socialmente necessário para a produção de determinada
mercadoria, de determinado valor de uso.Assim, o valor da mercadoria é
determinado pelo tempo de trabalho necessário à sua produção.
Entretanto, isso não quer dizer que o produto de um trabalhador mais
lento ou preguiçoso valha mais do que o produto de um trabalhador mais
rápido. Isto porque não se pode tomar como padrão para a produção de
valor a produtividade individual de um único produtor tomado
isoladamente. Trata-se aqui de um trabalho médio, chamado socialmente
necessário. Resulta que o valor da mercadoria é determinado pelo tempo
socialmente necessário para sua produção; é este o padrão que determina a
quantidade de valor das mercadorias.Após estudar a natureza dupla da
mercadoria – os seus valores de uso e de troca – e verificar que a
quantidade de tempo de trabalho socialmente necessário para a produção
de determinada mercadoria, Marx entrega-se à tarefa de investigar a
origem da forma dinheiro do valor, estudando o processo histórico do
desenvolvimento da troca. Começa pelos atos de troca particulares e
fortuitos (“forma simples, particular ou acidental do valor” uma
quantidade determinada de uma mercadoria é trocada por uma quantidade
determinada de outra mercadoria), para passar à forma geral do valor,
quanto várias mercadorias diferentes são trocadas por uma só mercadoria
determinada, finalizando pela forma de dinheiro do valor, em que o ouro
aparece como essa mercadoria determinada, como o equivalente geral.“Assim, o dinheiro é o intermediário
da troca de mercadorias, servindo como meio de circulação, que segundo
Marx em sua obra O Capital:” o dinheiro que circula transforma-se assim
em capital. Assim , antes de prosseguirmos, torna-se necessária a
analise das diferenças existentes entre as características que lhes são
comuns.Pode-se afirmar que é comum às duas
circulações o fato de consistirem numa compra e numa venda e de alem
disso, na permuta M_D e D_M, os valores trocados serem iguais. A
circulação D_M_D começa e termina pelo dinheiro, o próprio valor de
troca. Contudo, como aqui só o dinheiro interessa, esse tipo de troca só
fará sentido se o possuidor de dinheiro receber no fim mais dinheiro
do que aquele com que entrou inicialmente.Em conseqüência, a circulação
D_M_D é um movimento com base no dinheiro _ e significa não D_M_D, mas
D_M_D , querendo-se com D exprimir a quantidade4 final de dinheiro.E
esta quantidade de dinheiro devera ser maior do que a quantidade de
dinheiro inicial (D).”É a este acréscimo do valor primitivo do dinheiro
posto em circulação que Marx chama mais-valia “, conforme escreve
Lênin. Só por este processo de expansão do valor, de valorização, o
dinheiro se transforma realmente em capital.Mas a soma de dinheiro tem que ser
maior no fim do processo do que no principio e, consequentemente, o
processo de expansão do capital não conhece limites.Segundo Marx, a mais-valia não pode provir da circulação das mercadorias, porque esta só conhece a troca de equivalentes.Para se obter a mais-valia, de acordo
com Marx, “seria preciso que o possuidor do dinheiro descobrisse no
mercado uma mercadoria cujo valor de uso fosse dotado da propriedade
singular de ser fonte de valor”, uma mercadoria cujo processo de consumo
fosse, ao mesmo tempo, um processo de criação de valor; criação de
mais-valia. E essa mercadoria existe: é à força de trabalho humana. O
seu uso é o trabalho, e o trabalho cria valor.O aumento da mais-valia é possível
graças a dois processos fundamentais: o prolongamento da jornada de
trabalho (mais-valia absoluta) e a redução do tempo de trabalho
necessário (mais-valia relativa).Assim, recuperando o exposto até o
momento neste subtítulo, Marx analisa a mercadoria com as suas duas
funções, a de valor de uso e a de valor de troca, antes de mostrar como o
dinheiro converte-se em capital a partir do momento em que a força de
trabalho humano converte-se em mercadoria. Passa então a estudar a
importante questão da forma como se produz a mais-valia, ou seja, modo
como é produzida pelos operários e apropriada pelos capitalistas. O
passo seguinte consiste em deduzir como a relação entre o capital e o
trabalho se altera quando se encara o processo de produção capitalista
como um processo continuo um processo que se repete ininterruptamente.Não basta que uma soma de dinheiro se
valorize apenas uma vez. Terá de expandir continuamente o seu valor e
numa escala progressiva ampliada. No Guia para a leitura do Capital
lê-se que “é a concorrência que força cada capitalista individual a
observar esta tendência emanante do capital. Para sobreviver, aquele tem
que expandir constantemente a sua fabrica, quer dizer, converter
constantemente uma grande parte da mais-valia produzida em capital
adicional, e comprar meios de produção e força de trabalho
suplementares”. Acrescenta Marx que “a utilização da mais-valia como
capital”. A produção de mais-valia só poderá aumentar continuamente por
uma acumulação ininterrupta. Inversamente, tal acumulação só é possível
por um constante aumento da produção de mais-valia.Os fatores de produção comprados pelo
capitalista (meios de produção e força de trabalho) tem que
desempenhar a função de fatores de trabalho e fatores de valorização do
capital, e o nível das forças produtivas determina a proporção entre a
quantidade de meios de produção e a força de trabalho, que corresponde
a uma razão determinada entre os valores do capital constante e do
capital variável.Segundo Marx, quando a produtividade
do trabalho aumenta graças a algum melhoramento técnico _ isto é,
quando o operário passa a produzir mais do que antes durante o mesmo
período de tempo, utiliza-se maio quantidade de meios de produção. Por
conseguinte, a razão entre os meios de produção e a força de trabalho e
entre o capital constante e o capital variável sofre uma alteração.
Quando um determinado aumento de produtividade do trabalho leva a uma
modificação da razão entre o capitalismo constante e o capitalismo
variável, Marx fala do aumento da composição orgânica do capital. À
medida que a quantidade de meios de produção aumenta com relação à massa
da força de trabalho, sob o aspecto do valor, o capital constante
aumenta e o capital variável se reduz. Marx deixa claro em O capital que o
movimento do capital não se esgota na acumulação, isto é, na
ininterrupta transformação da mais-valia em capital suplementar. Há uma
feroz luta concorrencial entre os capitalistas individuais, que se
esforçam para produzir a maior quantidade possível de mercadorias e
vende-las ao menor preço. Nessa concorrência saem vitoriosos os
capitalistas que tiverem criado as melhores condições de produção.As pequenas e médias empresas são
comparadas pelas maiores, ou ainda duas grandes firmas unem-se para
eliminar uma terceira. Marx denomina esse processo de centralização do
capital. E a centralização de vários pequenos capitais em um só, mas
maior, acelera a acumulação do capital: os capitais de maior dimensão
estão em melhores condições financeiras do que os de menor dimensão para
produzir nova maquinaria e aperfeiçoamento técnico. Assim, a
produtividade do trabalho cresce muito mais rapidamente nas grandes
empresas capitalistas, aumentando portanto a quantidade de mais-valia e
de capital que pode ser acumulada. Esse valor mais elevado permite
introduzir novos métodos de produção, e tal fato acarreta uma renovada
aceleração do crescimento da composição orgânica do capital. Marx afirma
que “as massas de capital que se fundem de um momento para outro pela
centralização reproduzem-se e multiplicam-se tal como outra só que
rapidamente, tornando-se, portanto novas e poderosas alavancas de
acumulação social, incluindo tacitamente nisto os efeitos da
centralização”.O crescimento ininterrupto da
composição orgânica do capital significa que o capital variável diminui
relativamente ao capital constante. Alcançada maior produtividade do
trabalho, os operários produzem uma quantidade de produtos maior do que
antes, no mesmo período de tempo. Fazem maior sobre trabalho e produzem
maior montante de mais-valia acumulável. O capital que se expande pela
acumulação tem que transformar parte da mais-valia em capital
constante e outra parte em capital variável, podendo-se conseguir isso
de duas partes em capital variável, podendo-se conseguir isso de duas
maneiras: ou pura e simplesmente alarga-se a escala de produção,
permanecendo constante o nível técnico, ou introduzem-se
aperfeiçoamentos técnico, e, nesse caso, o numero de operários diminui
relativamente. Uma parte dos trabalhadores não poderá mais vender a sua
força de trabalho e perdera os seus empregos. Marx designa esta fração
da classe operaria por exercito industrial de reserva.A produção nem sempre alcança o seu
Maximo (ou o seu pleno), havendo maquinas paradas e matérias-primas
acumuladas nas instalações da empresa. Em conseqüência disso, muita
trabalhadores são despedidos.Quando nem todas as mercadorias da
empresa conseguem ser escoadas para o mercado e transformadas em
dinheiro, ocorre uma diminuição da acumulação. O processo de acumulação
capitalista segue uma trajetória de constante altos e baixos, onde
períodos de negócios florescentes alternam-se com a estagnação e as
quebras do mercado. Marx designa esse movimento por ciclo industrial
(habitualmente chamado também de ciclo econômico). Esse ciclo é
constituído por cinco fases que se seguem umas às outras e indicam a
respectiva situação da produção: Marx designa essas fases de período de
atividade moderada, de prosperidade, de superprodução, de crise e de
estagnação.A procura do trabalho por parte do
capital aumenta ou diminui conforme o estado dos negócios. Na fase de
prosperidade e superprodução, pode acontecer de a procura de trabalho
excede a oferta. Nessa situação, os trabalhadores que anteriormente
formavam o exercito industrial de reserva encontram empregos e os
salários sobem, porque o capital precisa de mais trabalhadores do que os
que há. Todavia, num período de crise ou numa situação de restrição da
produção, os trabalhadores são despedidos em grandes quantidades e o
exercito de reserva volta a crescer. Os salários diminuem, e uma grande
parte daqueles que não são despedidos tem muitas vezes de se contentar
com um emprego em tempo parcial e a correspondente redução dos
salários. O movimento da acumulação e o ciclo industrial determinam o
numero de pessoas que faz do exercito industrial de reserva, isto é,
determinam à quantidade de trabalhadores que pode vender sua força de
trabalho em determinado momento.Assim, para finalizar este segundo
item, interessa retomar alguns dos aspectos arrolados, que permitem
melhor explicitação da definição do capitalismo. Este constitui-se em um
sistema de organização da economia que pressupõe a existência de
trabalhadores emancipados de obstáculos feudais, tradicionais, como a
servidão, a escravidão etc. O curso histórico do capitalismo _
ultrapassadas suas origens manufatureiras e sua era heróica de luta
contra o feudalismo, apresenta no nível econômico e social dois
fenômenos fundamentais:
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário