sábado, 3 de janeiro de 2015

Projeções Cartográficas


Projeção de Peters. Ilustração: Mike Linksvayer [Public domain], via Wikimedia CommonsProjeção de Peters. Ilustração: Mike Linksvayer [Public domain], via Wikimedia Commonsprojeção de Peters é uma projeção cilíndricatangente aos pólos, parecida com a de Mercator, mas com a diferença fundamental de representar, o mais próximo possível da realidade, a proporção de tamanho entre os continentes sem se preocupar com a equivalência das distâncias.Na projeção de Peters (ou “Projeção Equivalente de Peters”) os paralelos estão separados a intervalos crescentes desde os pólos até o Equador e, por isso, os continentes situados entre os paralelos 60º norte e sul apresentam uma deformação (alongamento) no sentido norte-sul, sendo que os continentes que se situam em uma latitude elevada (Groenlândia, Canadá...) apresentam um achatamento no sentido norte-sul e um alongamento proposital (para haver correspondência em tamanho) no sentido leste-oeste.Outra diferença desta projeção para a de Mercator é que os paralelos estão separados por uma distância menor, fazendo com que os continentes em latitudes menores que 60º (mais próximos do equador) fiquem mais “finos” (ou, com que haja um achatamento no sentido leste-oeste).Devido a estas mudanças nas posições dos paralelos, a Projeção de Peters apresenta a Europa e a União Soviética bem menor, e a África é que ocupa o centro da projeção.Por isso, a projeção de Peters é tida como uma projeção ideologicamente “terceiro-mundista”. Ela apresenta uma proporção real entre os continentes onde os países de primeiro mundo não são maiores que os países do terceiro-mundo, no sentido literal e metafórico.Tanto é que a Projeção de Peters foi utilizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) como uma tentativa de sensibilizar os países do primeiro mundo acerca da pobreza dos outros países.Gerardus Mercator Rupelmundanus, ou Gerhard Kremer como era seu nome original, foi um cartógrafo belga nascido em 1512 e que em 1569 revolucionou a cartografia ao conseguir a façanha de representar o globo terrestre em um retângulo plano, a “Projeção de Mercator”, na época, chamado por ele de “Nova et aucta orbis terrae descriptio ad usum navigantium emendate accommodata”.Projeção de Mercator. Ilustração: Strebe  [CC-BY-SA-3.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)], via Wikimedia CommonsProjeção de Mercator. Ilustração: Strebe [CC-BY-SA-3.0], via Wikimedia CommonsFelizmente, Mercator era melhor com mapas do que com nomes e sua projeção foi, por séculos, utilizada na navegação (como o nome original sugeria), fazendo com que todas as cartas náuticas usadas até então se tornassem obsoletas e, sendo até hoje usada em muitos atlas e, praticamente, em todos os mapas de fusos horários.Mercator conseguira, utilizando 24 linhas verticais (meridianos) e 12 horizontais (paralelos) que iam se afastando umas das outras conforme se aproximavam dos pólos, representar todos os continentes da terra em um mapa que podia ser utilizado para traçar rotas através de “curvas-traçado” (que ele chamava de “loxódromo”) de maneira surpreendentemente eficiente para a época.Mas, como toda projeção cartográfica, a de Mercator possui uma distorção, só que nos pólos. Devido à forma como são representados, os continentes afastados da linha do Equador (Europa, Canadá,Groenlândia, etc.) ficam maiores do que são na realidade. Um exemplo comum utilizado, é a Groenlândia que, na Projeção de Mercator aparece maior que a América do Sul, quando, na verdade, a América do Sul é bem maior.Essa distorção cartográfica faz com que a precisão na medição das distâncias seja tanto prejudicada quanto maior for a latitude da rota medida. O que, porém não prejudicou o trabalho de Mercator que passou a ser considerado o pai da cartografia.A partir da projeção de Mercator foram feitas outras formas de projeção: a “Mercator Transversa”, projeção cilíndrica com o plano tangente ao Equador e usada em mapeamentos topográficos e base para projeção UTM; a “Oblíqua de Mercator”, com o plano tangente a um círculo máximo qualquer que não é o Equador nem o meridiano de Greenwich e é usado para projetar imagens de satélite no sistema Landsat, serviu de base para a projeção SOM (Space Oblique Mercator) e para mapear regiões como o Alaska, que se estendem em direção oblíqua; e, a “Projeção Equivalente de Lambert”, que é parecida com a de Mercator só que com o plano tangente ao Equador, de forma que a escala na linha do Equador é a real e conforme vai se aproximando dos pólos vai diminuindo. Causando uma distorção aparente, inversamente proporcional a da projeção de Mercator.Projeção cônica  é um sistema de projeção gráfica que estabelece uma relação ordenada entre os pontos da superfície curva do globo terrestre e os pontos refletidos de um corpo geométrico cônico. Na projeção cônica, ao colocar os pontos tangencialmente ao da projeção esférica, faz-se necessário situar o vértice paralelo à da linha que une os dois hemisférios. Apesar da forma resultante ser de um polo apenas, os cartógrafos geralmente utilizam esta projeção para estudos de países e continentes.Há três principais modelos de projeção cônica:Projeção cônica simplesProjeção feita a partir de um ou dois paralelos de referência.No caso de um paralelo de referência, a malha de meridianos e paralelos são desenhados projetando-os sobre o cone simulando um ponto de luz que se encontra no centro do globo. O resultado é um mapa semi-circular onde os meridianos são linhas retas dispostas radialmente e os paralelos são arcos de círculos concêntricos. A escala aumenta gradualmente ao distanciarmo-nos do paralelo de contato entre o cone e a esfera.No caso de dois paralelos de referência, o cone secante corta o globo. À medida em que nos distanciamos do conjunto, a escala aumenta, porém, na área compreendida entre dois paralelos, a escala diminui. É uma representação da Terra que mostra a disposição dos paralelos com certa desigualdade.Projeção conforme de LambertA projeção conforme cônica de Lambert é frequentemente utilizada no tráfego aéreo. Não deve ser confundida com a Projeção Azimutal de Lambert. Esta projeção sobrepôe um cone sobre a esfera terrestre, com dois paralelos de referência secantes ao globo e intersectando-o. Tal disposição minimizaa distorção natural derivada de transformar uma superfície bidimensional em tridimensional. A distorção é mínima ao longo dos paralelos de referência e aumenta fora dos paralelos marcados. Como indica o nome, tal projeção é conforme.Os pilotos utilizam mapas com tais projeções devido ao fato de que uma linha reta desenhada sobre uma carta cuja projeção é conforme cônica, demonstra a distância verdadeira entre os pontos. Com efeito, os aviões devem voar em rotas que são arcos de círculos estandidos para atinigir a distância mais curta entre dois pontos, que na carta de Lambert aparecerá como uma linha curva que deve ser calculada de forma separada para assegurar a identificação dos pontos intermediários corretos na navegação.Projeção cônica múltiplaEsta projeção consiste em utilizar não apenas um, mas vários cones superpostos. O resultado é um mapa dividido em faixas. O único meridiano que terá a mesma escala será o central, que aparece como uma linha reta. Os demais meridianos são curvas, e a escala aumenta com a distância. A linha do Equador também é uma linha reta, perpendicular ao meridiano central. Os demais paralelos são arcos concêntricos. Tal projeção não é conforme, como a anterior, nem conserva as áreas. Porém, nas zonas centrais, as distorções de escala são mínimas.Projeção cilíndrica  é uma forma de projeção cartográfica (mapa) desenhada sobre um plano que pode ser comparado a um cilindro envolvendo o globo terrestre (como se você coloca-se uma folha de papel envolta do globo, como um cilindro, e desenhasse sobre ela). E eqüidistante, significa “mesma distância” ou “igual distância” (eqüi + distante).Ilustração: Dbachmann, [Public domain], via Wikimedia CommonsIlustração: Dbachmann, [Public domain], via Wikimedia CommonsLogo, a projeção cilíndrica equidistante, é uma projeção cartográfica cilíndrica que mantém algumas distâncias entre um ponto e outro, no mapa, iguais as verdadeiras, porém, em escala. Ou seja, é um tipo de projeção onde se pretende preservar a escala em algum local.Uma característica desse tipo de mapa é que as distâncias não podem ser mantidas verdadeiras em escala em todos os locais da projeção, mas, é possível conseguir que todas as distâncias a partir de um ou dois locais sejam verdadeiras, ou então, fazer um mapa onde todas as distâncias medidas perpendicularmente a uma linha (que pode ser o Equador ou um paralelo qualquer) sejam verdadeiras, porém em escala.Na projeção cilíndrica eqüidistante, que também pode ser chamada de “projeção equiretangular”, é feito um ajuste no espaçamento dos paralelos para que a escala seja mantida em pontos determinados.Geralmente, a projeção cilíndrica eqüidistante se parece à primeira vista com a projeção de Mercator, mas com a diferença de não apresentar o alongamento no sentido leste-oeste e o achatamento no sentido norte-sul, nos países de latitude elevada. Isso ocorre porque, na projeção cilíndrica eqüidistante, tanto os paralelos quanto os meridianos estão separados pela mesma distância.Outros tipos de projeções equidistantes são as projeções cônica e azimutal equidistantes.Projeção azimutal ou plana  é uma forma de representação cartográfica que consiste na tomada de um determinado ponto, seja uma porção de terra ou de água, e a partir deste, "esticar" ou "achatar" cada um dos pontos do globo representados, mantendo-se todas as áreas equidistantes do ponto inicial. Não preserva a formas dos continentes nem suas dimensões, mantendo porém, as mesmas distâncias, sendo que as distorções desta mesma projeção encontram-se nas áreas periféricas. As deformações são pequenas próximas ao centro, porém vão aumentando com o gradual distanciamento deste.Tal projeção é geralmente feita tomando-se um dos centros dos pólos do planeta, e tendo como referência os ângulos de determinadas estrelas no espaço para realizar uma distribuição equitativa do ponto de vista matemático de cada terreno. As distâncias e direções a todos os lugares são assim distribuídos do ponto tomado como referência; dali então teremos o ponto apropriado para se calcular qualquer coordenada.Caso o mapa tome como ponto de referência um dos pólos, teremos então os meridianos representados por linhas retas partindo do centro do mapa, similares ao formato dos raios de uma roda de bicicleta. Já as linhas paralelas serão representadas por círculos concêntricos.A projeção azimutal é bastante utilizada pelos pilotos de aviões no cálculo de distâncias aéreas, além de estudos sísmicos (relacionados ao comportamento das placas tectônicas e previsão de terremotos) bem como para qualquer trabalho relacionado a ondas de rádio. Sua utilização é ainda importante em estudos geopolíticos, permitindo diferentes análises e estudos da importância geopolítica de determinado país.A bandeira das Nações Unidas traz um exemplo bastante comum de projeção azimutal do globo terrestre. Certas lentes de câmeras fotográficas de ângulos extremos, conhecidas como lentes "olho de peixe" são desenhadas para reproduzir projeções azimutais das imagens captadas.Os tipos de projeção azimutal são:Projeção perspectivaConfeccionada tendo-se em conta uma suposta fonte de luz partindo de dentro do globo. Este tipo de projeção ainda divide-se em:
  • gnômonica  - projeção onde a tal suposta fonte de luz parte do centro da esfera;
  • esterográfica - a suposta fonte de luz posiciona-se do lado oposto ao que se encontra ponto a ser representado; aqui o espalamento dos paralelos dá-se de forma mais sutil em relação à projeção gnônomica;
  • ortográfica - a suposta fonte de luz encontra-se em um ponto no infinito, sendo que um hemisfério poderá ser mostrado, e os espaamentos entre os paralelos diminuem à medida em que se localizam próximo ao Equador.
Projeção azimutal equivalenteAqui os paralelos são dispostos em distâncias equivalentes em relação ao comprimento da corda da esfera em questão. Serve tanto na representação azimutal de um hemisfério como de ambos;Projeção azimutal equidistanteAqui busca-se que os paralelos concêntricos (linhas circulares) e meridianos radias (raios que partem do centro da representação) mantenham-se em distâncias equivalentes.

 






































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