sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

História Econômica da Região Sul e Influência das Migrações Européias



A ocupação do Brasil meridional, atualmente chamado de Região Sul, obedeceu a um padrão um pouco distinto do restante do país. A presença do clima subtropical restringia (apesar de não inviabilizar) o plantio de cultivos típicos de clima quente, como a cana-de-açúcar ou mesmo o café. Essa característica, aliada à estratégia portuguesa de ocupação de fronteiras, atraiu imigrantes de outras localidades europeias. Ao invés da monocultura com base no trabalho escravo, foi privilegiada a organização de propriedades que praticavam a policultura com a utilização do trabalho familiar.No Rio Grande do Sul, os luso-brasileiros se fixaram nas áreas campestres, com base nas atividades pastoris, enquanto que os imigrantes europeus nas zonas florestais, à partir das pequenas propriedades rurais. Os italianos que se fixaram na região se localizavam nas encostas superiores do Planalto (600 a 800 metros de altitude), fundando cidades como Caxias, Garibaldi, Bento Gonçalves entre outras.Em Santa Catarina ocorreu a entrada de imigrantes alemães e italianos no século XIX, enquanto que no século XX a imigração foi mista, composta de elementos nacionais e descendentes de colonos italianos do Rio Grande do Sul. Os alemães se concentraram no Vale do Itajaí, fundando cidades como Joinville, Blumenau e Brusque, enquanto os italianos se fixaram na região do Vale do Tubarão, fundando cidades como Criciúma, Urussanga e Siderópolis.No Paraná, ocorreram durante o século XIX imigrações de alemães, eslavos ucranianos e polacos. Italianos e holandeses também migraram para a região, mas em menor proporção. No início do século XX ocorreu um extravasamento da cafeicultura paulista, atraindo agricultores japoneses, colonos europeus e brasileiros para o norte do estado. Em seguida ocorreram movimentos desordenados de caboclos e colonos, entre Ponta Grossa e Maringá, baseados na cultura de ervas e pinhais.Até a primeira metade do século XX a agropecuária permaneceu como principal atividade econômica dos estados que formam a região Sul. As primeiras fábricas da região surgiram com o advento de pequenos e médios empreendimentos familiares, ainda no final do século XIX, que nas décadas seguintes alcançaram maior desenvolvimento. Posteriormente, com os incentivos do governo brasileiro, a partir da década de 1950, para atrair empresas multinacionais para o país, grandes corporações apareceram na região, buscando aproveitar essa atmosfera industrial.Outros fatores que contribuíram para o desenvolvimento industrial na região Sul foram as reservas de matérias-primas e o potencial de geração de energia, a se destacar o xisto betuminoso e o carvão mineral, utilizado nas termelétricas e caldeiras industriais, e a energia hidrelétrica, em virtude da característica de seus rios, (caudalosos e com quedas d’água), a se destacar a Usina de Itaipu, no Paraná.Atualmente, a região apresenta a 2ª maior concentração industrial do país, com localidades altamente diversificadas quanto aos segmentos industriais, principalmente nos entornos de suas capitais. Apesar da migração de muitos agricultores para as regiões Norte e Centro-Oeste, a agropecuária ainda possui grande participação na economia, principalmente a pecuária bovina e a produção de cereais.Júlio César Lázaro da SilvaColaborador Brasil EscolaGraduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESPMestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

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