terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Aquecimento Global e Mudanças Climáticas


AS CONSEQÜÊNCIAS AMBIENTAIS PERANTE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

A preservação ambiental é um processo individual e coletivo. Tanner (1988) já apontava, há duas décadas, para a necessidade de se fixar, como objetivo central da preservação ambiental, a manutenção, para as gerações futuras, das condições de sobrevivência "em nossa Espaçonave Terra". Entretanto, ter tão claramente definido este objetivo não facilita sua divulgação. A vida ainda é um fenômeno não compreendido e as condições de sobrevivência, em nosso planeta, estão longe de serem conhecidas, embora reconheçamos nossa fragilidade e dependência dos outros seres vivos e não-vivos, não só da Terra, mas também do Universo.Veiga Neto (1994) discute as relações entre a ciência e a ética nas relações ambientais levantando as dificuldades técnicas e políticas trazidas pelo elogio da diferença, no que ele conceitua como pensamento pós-moderno. É importante, para nós que acreditamos na importância da temática, vista como a dimensão ambiental, lembrarmos, com esse autor, que não bastam novas metodologias e novos programas, abordagens alternativas a partir de perspectivas críticas, incorporação de conceitos orientais, e, nem mesmo "conscientizar", para permitir que nosso planeta Terra evolua em seu tempo cósmico, como vem fazendo há milhões de anos, mantendo por muitíssimas gerações humanas a vida, tal como a conhecemos. É preciso entender, e possibilitar aos indivíduos que o façam, "como se articulam as forças e os interesses a que estamos submetidos, colocando em marcha a nossa liberdade" entendida como "a faculdade de que nos apropriamos", não só para viver, mas "para viver melhor" (VEIGA NETO, 1994, p. 163).A degradação do meio ambiente em grandes proporções vem atingindo massas populacionais de todas as parcelas da sociedade e é de extensão internacional. Vários problemas ambientais evocam quadros de perplexidade: buracos na camada de ozônio, aterros sanitários lotados, poluição sonora, dentre outros.O crescimento da população e da produção industrial ocasionaram o abuso na utilização dos recursos naturais não renováveis, trouxeram a poluição e muitos outros fatores. Para atenuar esses fenômenos, adotou-se como medida preventiva, a conservação do meio ambiente com ações e projetos educacionais de preservação ambiental.Para que se consiga o efetivo equilíbrio ambiental é necessário perceber o meio ambiente como o conjunto de quatro esferas interligadas: atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. A importância de cada uma delas será discutida a seguir.A atmosfera representada pelo conjunto gasoso que envolve o planeta Terra é responsável pelo clima e recebe influência direta da relação que estabelece com outros sistemas.Nesta esfera pode observar-se fenômenos degradantes como o efeito estufa, a camada de ozônio, as chuvas ácidas e o desequilíbrio climático. O efeito estufa é decorrente do acúmulo de monóxido de carbono, sobretudo nas grandes cidades, ocasionando o aumento da temperatura. Desta forma, está estritamente relacionado a poluição atmosférica.De acordo com OLIVEIRA (2000), a preocupação em preservar o ar atmosférico consiste no fato de se evitar problemas de saúde, de caráter respiratório e dermatológico. Além disso, os danos a camada atmosférica resulta em maior incidência raios solares sobre a Terra, promovendo a evaporação de recursos naturais como oceanos, mares, rios e lagos que abastecem e alimentam outros seres vivos.A camada de ozônio é o agente protetor contra as radiações ultravioletas solares que provocam câncer de pele. A poluição do ar através dos poluentes liberados na atmosfera pelos parques industriais quebra as ligações de ozônio, fazendo buracos na sua camada.Entretanto, é só a camada de ozônio que é afetada pelos efeitos industriais. Outro fenômeno atmosférico causado por esse motivo são as chuvas ácidas. Elas decorrem das reações de detritos e gases emitidos, principalmente, pelas chaminés das fábricas, com o vapor de água da atmosfera. A acidificação das águas das chuvas compromete a qualidade da água consumida e mata os seres vivos que se expõem a ela.Como dado relevante para a caracterização climática do planeta, a variação da temperatura é indício preocupante. As sucessivas frentes frias, inversões térmicas e degradação da qualidade do ar são ocorrências comuns que acarretam casos de meningite, pneumonia, doenças cardiovasculares e respiratórias. Por todos esses motivos, a atmosfera constitui componentes e funções indispensáveis para a vida em nosso planeta.A hidrosfera compreende recursos de ordem hídrica do sistema. A água é considerada o principal componente para o surgimento da vida. A manutenção desse bem natural depende da sua interação com as variações do ecossistema (VIEIRA, 2004).Sendo um dos maiores habitat do planeta, é o mais rico em forma de vida, com personagens imprescindíveis pela produção de oxigênio necessário à sobrevivência deste planeta. Mas, nem por isso, escapou de ser atingida por essas agressões. O seu ecossistema foi destruído pelos lixos nela depositados, desequilibrando a oferta de oxigênio para a atmosfera.Como os gases atmosféricos e a temperatura também possuem elo com o equilíbrio marinho, a poluição do ar é absorvida pelos oceanos, contribuindo para o aumento do aquecimento global. Por outro lado, o fenômeno da camada de ozônio acarreta a morte dos plânctons, comprometendo a cadeia alimentar marinha e a dos homens.O desenvolvimento urbano nas encostas dos rios coloca em risco o estoque de água doce e os processos de evaporação e evapotranspiração ficam prejudicados com o desmatamento e com a desertificação (OLIVEIRA, 2000).Os principais problemas ambientais relativos à litosfera, no que dizem respeito às ações antrópicas, caracterizam-se pela exploração de recursos naturais minerais não renováveis com os respectivos desgastes que estas exploração acarretam. (OLIVEIRA, 2000). São eles: inundação de extensas áreas para gerar energia elétrica, queima de florestas e muitos outros desastres ambientais.Um outro processo relevante a se considerar na litosfera é a desertificação provocada pelas queimadas, desmatamentos, assoreamentos, mineração, agrotóxicos . O solo é elemento fundamental entre o inanimado e o vivo.Com a acelerada marcha de extinção, o processo evolutivo fica limitado para a adaptação às mudanças climáticas, principalmente devido aos efeitos da destruição da camada de ozônio e do efeito estufa.As espécies vegetais são de extrema relevância para o equilíbrio entre os sistemas. Os desmatamentos e queimadas liberam gases que vão agravar o efeito estufa e as chuvas ácidas. Sem árvores, o solo, afetado por essas chuvas pode ficar estéril e as águas, sem as raízes, levam os nutrientes, aumentando a erosão e empobrecendo os solos. Esses produtos irão sedimentar os rios, comprometendo os recursos hídricos e provocando a desertificação que é prejudicial à vida.Da relação em diferentes épocas e lugares dos seres humanos entre si e com o meio físico-natural emerge o que se denomina meio ambiente. Diferente dos mares, dos rios, das florestas, da atmosfera, que não necessitam da ação humana para existir, o meio ambiente preciso do trabalho dos seres humanos para ser construído e reconstruído e, portanto, para ter existência concreta (VEIGA NETO, 1994).


OLIVEIRA, E.M. de. Educação ambiental: uma possível abordagem. — 2. ed. — Brasília: Ed. IBAMA, 2000.

VEIGA-NETO, A.J. Ciência, ética e educação ambiental, num cenário pós-moderno. Educação & Realidade. Porto Alegre, 2, p.141-170, 1994.















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