Faltará alimento no mundo?
Em 1797, Thomas Malthus escreveu sobre política de preços dos alimentos e também economia e política daquela época, dois anos depois propagou sua ideia acerca do crescimento da população. Segundo ele, ocorre uma discrepância entre o número de pessoas e a disponibilidade de alimentos.
Segundo Malthus, a produção de alimentos não acompanhava o crescimento da população e no futuro não seria possível produzir alimentos suficientes para abastecer a população mundial.
Recentemente, parece que as perspectivas de Malthus vieram à tona ou pelo menos causam preocupações em diferentes governos, diversos países têm promovido políticas e medidas de proteção de seus mercados consumidores, para que não passem por racionamento de alimentos, mas os preços já sofreram aumento, dando sinais da diminuição de oferta dos produtos.
Segundo anúncio da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2007, houve um aumento de 25% no valor dos alimentos importados em países em desenvolvimento. O valor do milho dobrou desde 2006 e o trigo atingiu o valor mais alto dos últimos 28 anos.
De acordo com o Presidente do Banco Mundial, países que tem custos com a alimentação e esses atingem 50% da renda familiar terão grandes anomalias sociais provenientes da escassez de alimentos e, automaticamente, aumento dos preços.
As estimativas da ONU são de que os preços não diminuirão rapidamente, uma vez que as reservas de alimentos desse ano foram relativamente baixas.
Muitos alegam que os vilões dessa “possível” escassez de alimentos é o aumento do valor dos produtos e principalmente por causa dos biocombustíveis, isso por que culturas como milho e trigo são usadas como matéria-prima dessa fonte alternativa de energia, portanto, deixa de atender o mercado de alimentos.
Outro fator que deve ser considerado em relação à escassez de alimentos é o aumento da classe média de países com alto contingente populacional, como a China e a Índia, os dois primeiros países de maior população do mundo. Essa ascensão social fez com muitas pessoas começassem a ingerir alimentos que até pouco tempo não faziam parte de sua dieta, como o consumo de proteínas derivadas da carne.
O que motiva o desequilíbrio está ligado à quantidade de oferta e da procura, isso fica evidente ao passo que a procura ou demanda aumenta 4,8% ao ano na Ásia, África e América Latina e 2,6% nos países centrais.
Os países ricos não contribuem efetivamente para amenizar essa questão, até por que são eles que estimulam a produção de biocombustíveis, quando se utiliza de culturas como milho, trigo e soja, por exemplo, que além de não serem direcionados ao consumo humano deixam também de abastecer as indústrias de rações que suprem as criações de animais, como suínos, aves entre outros.
A crise de alimentos já reflete no Brasil no preço do arroz, havendo a possibilidade do governo pedir os produtores que não exportam para que não comprometa o abastecimento do mercado interno desse produto.
Outro motivo que favorece o incremento da escassez de alimentos é em relação ao volume do estoque regulador, pois esse garantia a oferta caso a colheita de um determinado ano fosse ruim, dessa forma o estoque regulava os preços, pois não faltava, entretanto, nos últimos anos os países não mais realizam esse procedimento ou então conduz de maneira modesta.
De acordo com o Ministro da Agricultura do Brasil, Roberto Rodrigues, os preços dos alimentos são devem cair nos próximos quatro e cinco anos, esse tempo corresponde ao período no qual a produção de alimentos terá para igualar com a demanda.
São várias as estimativas e previsões para essa questão que traz à tona as previsões feitas por Thomas Malthus, no entanto, o que provavelmente irá acontecer é o direcionamento produtivo, se no momento o preço de grãos, como milho, arroz, soja entre outras culturas está bom, certamente muitos produtores perceberão boas perspectivas, além disso, a implantação de medidas por parte do governo para aqueles que produzem alimentos por meio de subsídio financeiro se faz necessária.
Em suma, esse problema não requer grandes preocupações, uma vez que a quantidade de tecnologias agrícolas disponível no mercado sendo usada de forma planejada pode até quadruplicar a produção de alimentos, isso sem abrir novas áreas cultiváveis.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
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