Falhas Geológicas
A falha geológica é a cisão ou ruptura de uma rocha ou bloco rochoso ao longo de sua estrutura, dividindo esta em duas compartimentações que se deslocam vertical ou horizontalmente, apresentando uma diferença residual que varia de centímetros a quilômetros. Sua ocorrência é mais evidente em áreas de instabilidade tectônica, mas também pode manifestar-se em outras regiões.
As causas das falhas geológicas são duas: processos atectônicos ou externos e processos tectônicos ou internos. O primeiro caso, mais raro, ocorre quando algum acontecimento acima da superfície provoca a fissura dos corpos rochosos, como o desabamento de uma camada montanhosa ou encosta, trazendo impactos sobre as rochas que se rompem. Já os processos tectônicos são mais comuns para originar os falhamentos e ocorrem quando as forças de movimentação das placas tectônicas acumulam-se a ponto de superarem a capacidade de resistência e coesão das rochas, fazendo com que elas gradativamente se rompam e movimentem-se. É um processo relativamente lento e de difícil visualização direta.
Conforme a classificação baseada no comportamento e especificação dos falhamentos, existem três tipos de falhas geológicas: a normal, a inversa e a transcorrente.
A falha normal – também chamada de falha distensiva – ocorre quando o bloco deslocado posiciona-se abaixo do plano da falha. Conforme podemos observar no esquema a seguir, o bloco deslocado “desce” em relação ao plano original, o que é causado pela tensão negativa provocada pelas forças internas de transformação do relevo.
Exemplo esquemático de falha normal
A falha inversa – também chamada de falha compressiva – manifesta-se de forma oposta ao tipo de falha normal, com o bloco deslocado movimentando-se acima do plano original. Ela ocorre quando o tectonismo exerce pressões positivas sobre o bloco rochoso em questão.
Esquema de uma falha inversa
A falha transcorrente – também chamada de falha horizontal – acontece quando há deslocamento no plano horizontal entre os dois blocos, sendo mais comum em zonas de encontro entre duas placas tectônicas, quando essas também se movimentam horizontalmente. Assim, cada bloco sofre com um tipo de força diferente e apresenta deslocamentos distintos.
Esquema explicativo de uma falha transcorrente
Um dos principais efeitos das falhas geológicas são os terremotos, que são mais comuns e intensos em zonas de encontro entre duas placas tectônicas. A longo prazo, as falhas também modelam o relevo e formam áreas de vales e depressões relativas, além de produzirem escarpas, serras e outras formas de relevo.
Um exemplo de falha geológica é a de San Andreas (ver foto abaixo), que eventualmente provoca tremores de terra. Há também casos de falhas geológicas no Brasil, como a que originou algumas transformações no relevo do Recôncavo Baiano. Portanto, compreender a dinâmica desse tipo de processo geomorfológico é também uma maneira de melhor entender os processos de formação e transformação das feições na superfície terrestre.
Falha de San Andreas, nos Estados Unidos, em vista aérea. Imagem divulgada pela NASA
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia
Nenhum comentário:
Postar um comentário