terça-feira, 14 de outubro de 2014

Bioma do Pantanal




Pantanal
No Pantanal, nos campos e no litoral...Chamado de Paraíso das Águas, o Pantanal matogrossense conforma a maior planície de inundação contínua do mundo, numa área de transição entre a floresta amazônica, o Planalto Central brasileiro e o Chaco boliviano. Com diversos ecossistemas aquáticos, semi-aquáticos e terrestres e vegetação predominantemente aberta, o que mais chama a atenção na região é seu regime de cheias, de novembro a fevereiro, em que as águas de mais de 4 mil km de rios da região transbordam e alagam a planície. No período da estiagem, com menos água, que chega de bacias adjacentes lentamente, os rios retornam ao seu leito, formando-se milhares de lagoas (chamadas de "baías") nas margens.
Ali, a vida fervilha com o intenso movimento de pássaros, peixes, répteis e mamíferos. O Pantanal é também o paraíso das aves, com cerca de 650 espécies diferentes. Aves aquáticas e espécies migratórias pousam na região em busca de abrigo, alimentação e locais para a sua reprodução. Ipês de cores variadas, buritis, onças, capivaras, cobras e jacarés e o desengonçado tuiuiú compõem as paisagens. A região é um pólo de pecuária, pesca e turismo, com o gradativo avanço da agricultura moderna. Ameaçam este ecossistema o uso de biocidas agrícolas, a substituição de pastagens originais por espécies exóticas e a retirada de matas ciliares. A criação de animais ao natural, de forma controlada, seria uma alternativa mais sustentável, assim como o ecoturismo controlado.
As Matas de Araucárias são um tipo de floresta ombrófila (em que não falta umidade) mista sobre planaltos e serras do Sul e Sudeste, atingindo, em sua origem, o nordeste da Argentina. Apesar de pouco afetada pela tropicalidade, ocorre em áreas de pluviosidade em torno de 1000 mm. As temperaturas são de moderadas a baixas no inverno. De acordo com dados recolhidos para o Almanaque Brasil Socioambiental, a situação ali é crítica: restam apenas 5% da cobertura original e, desses remanescentes, apenas 0,7% são de áreas primitivas. A intensa exploração madeireira nos últimos 150 anos está entre as responsáveis pela devastação das paisagens recobertas pelo pinheiro-do-paraná, a Araucária angustifólia, espécie arbórea de grande porte e folhas pontiagudas.
Os Pampas ou Campos sulinos são conjuntos naturais formados por extensas planícies e colinas suaves recobertas por gramíneas, varridas pelos ventos do sul e associadas aos banhados e lagunas próximas à faixa costeira ou pontuadas por araucárias e matas subtropicais nos interiores. Dada a sua configuração, constituem excepcionais pastagens naturais, mas o desaparecimento das coberturas e a exploração nas áreas de arenitos têm feito avançar os campos de dunas e areais, em especial no sudoeste gaúcho.
Os ecossistemas costeiros são compostos, no território nacional, por áreas estuarino-lagunares, formadas por corpos d´água semiabertos que deságuam no oceano. Há, também, manguezais, com vegetação adaptada ao clima tropical e aos extremos de maré diários. Essas áreas são caracterizadas por solos lodosos e constantemente alagados, que servem de base a cadeias alimentares costeiras, sendo utilizados por inúmeras espécies como área de alimentação e procriação. Os ecossistemas costeiros contam, ainda, com praias, dunas, restingas e costões rochosos.
Dada a expansão de indústrias, cidades, concentração populacional, portos, estradas e do turismo sobre essas áreas, a sua gestão torna-se uma operação complexa e conflituosa. Elas são particularmente afetas pela expansão de empreendimentos imobiliários, já que as zonas costeiras estão entre as mais habitadas do planeta.Fonte: THÉRY, H.; MELLO, N. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005, p. 61.

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