terça-feira, 21 de outubro de 2014

Elementos dos Mapas




Elementos que constituem um mapa

Um mapa não é simplesmente uma imagem colorida. É a representação de um lugar com dados codificados para passar informações sobre ele. Isso tem de ser trabalhado com os alunos desde a alfabetização cartográfica (assunto tratado na primeira reportagem da série). Com o avançar do tempo, para que eles adquiram proficiência no que diz respeito ao conteúdo, é preciso enfocar o estudo dos elementos cartográficos, que são os seguintes:


- Título Revela o assunto do mapa. 


- Fonte Indica a origem dos dados apresentados e a data a que se referem. 


- Orientação Mostra a direção e a localização por meio da rosa dos ventos ou de um ícone que indica o norte (esses desenhos nem sempre estão explícitos). 


- Projeção É a distorção feita para adaptar uma superfície esférica (a Terra, por exemplo) para um plano (o papel ou a tela do computador). 


- Escala cartográfica Informa a relação entre o tamanho do espaço real e a redução feita para representá-lo. 


- Legenda Decodifica os símbolos usados (como as cores e formas, como linhas de diferentes espessuras para diferenciar, por exemplo, ruas e rodovias). 


      Título, fonte e orientação são elementos de simples compreensão, pois têm uma leitura mais direta. Já a projeção e a escala cartográfica precisam ser apresentadas em aulas bem planejadas. "Os alunos devem compreender que, no universo cartográfico, a realidade é distorcida e reduzida em tamanho", afirma Jorn Seemann, docente do Departamento de Geociências da Universidade Regional do Cariri (Urca). 


     No que diz respeito à projeção, encaminhe a garotada a compreender que se trata de um elemento que distorce a forma e/ou o tamanho dos continentes. "Existem vários tipos de projeção e, ao criar um mapa, os cartógrafos têm de pensar qual é a mais adequada, de acordo com a região representada, a finalidade do material e a localização no globo", diz Ruth Nogueira, coordenadora do Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nos planisférios dos atlas escolares, é usada a projeção de Robinson (criada pelo norte-americano Arthur Robinson, 1915-2004). Nela, os meridianos são colocados em linhas curvas, em forma de elipses que se aproximam à medida que se afastam da linha do Equador. 


     A escala cartográfica deve ser explorada com foco na relação entre o real e o desenho, inclusive no que se refere ao tamanho dos eventos - como a área de um estado e a extensão de um rio(leia a próxima página). Apresentada com números (1:100 ou 1-100) ou gráficos (uma pequena régua), ela evidencia a relação de proporção entre as distâncias lineares no mapa e as distâncias correspondentes no terreno real. "1:100 quer dizer que 1 centímetro no mapa representa 100 centímentros no terreno", diz Rosângela Doin de Almeida, livre-docente em Prática do Ensino de Geografia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp). 


       Para entender a escala cartográfica, é importante relacioná-la com o conceito de escala geográfica. Ele corresponde à área abrangida pelo mapa e tem de ser considerado para a representação da informação. Um mapa do Brasil, por exemplo, abrange uma escala geográfica maior que o do estado do Pará. 


     A turma tem de prestar atenção: quanto maior a área do terreno a ser representada (maior escala geográfica), maior a redução necessária (menor a escala cartográfica) para que ele caiba em um espaço determinado. Consequentemente, é menor a quantidade de detalhes possíveis de ser mostrados (leia a sequência didática)


      Para explorar as escalas cartográfica e geográfica com a turma do 7º ano da EE Doutor Adail Luiz Miller, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, o professor Jefferson da Silva Júnior conduziu a análise de um mapa do Brasil e outro do estado do Rio de Janeiro. A ideia era problematizar o cálculo de distâncias e discutir os diversos níveis de detalhamento possíveis nas representações. 


     Ao compreender como funcionam esses elementos, os alunos estão no caminho para se apropriar da linguagem cartográfica, composta de símbolos. Relacioná-la à legenda não basta. É preciso ir além, interpretando as informações para ler a realidade. Esse é o foco da próxima reportagem da série.


Pergunta do aluno
Se a escala cartográfica de um mapa é 1:1.000, isso significa que o terreno foi reduzido mil vezes? 
Não. Ela indica uma redução linear e não da área. O espaço foi reduzido mil vezes vertical e horizontalmente, ou seja, a redução foi feita ao quadrado. O terreno real é 1 milhão de vezes maior (1.000 x 1.000) que sua representação.

 










Nenhum comentário:

Postar um comentário