quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Estado Islâmico II



O conflito mais recente no Iraque teve início com um grupo de insurgentes que começou a tomar cidades do norte do país e avançar em direção à capital Bagdá. Apesar de novo, esse conflito tem origem em uma rivalidade antiga entre sunitas e xiitas – dois ramos do islamismo que, pelas mãos de extremistas, já protagonizaram diversos conflitos e atentados na região do Iraque.
Os sunitas são a corrente majoritária do islamismo, considerados mais moderados na interpretação das escrituras sagradas, além de conciliadores e pragmáticos na política. Já os xiitas acreditam que adotar uma postura mais rígida na vida levaria ao retorno do último descendente de Maomé para governar a humanidade.
O Estado Islâmico (EI), nome do grupo que tem espalhado o terror na região, se diz sunita, porém seus membros têm adotado uma postura radical e violenta para alcançar seu objetivo: criar um estado sunita em um território na fronteira do Iraque com a Síria, governado com base na lei islâmica, a Sharia.
Os sunitas dominaram o Iraque até a invasão dos Estados Unidos e a queda de Saddam Hussein – que fez com que se instalasse um governo xiita. Insatisfeitos, eles começaram protestando pacificamente em 2012, mas com poucos resultados.
A marginalização dos cerca de 5 milhões de sunitas iraquianos fez com que eles passassem a ser mais simpáticos às ações armadas do EI – antes conhecido como Estado Islâmico do Iraque e Levanta (EIIL ou ISIS, na sigla em inglês).
Após a retirada das tropas americanas do Iraque em 2011, o grupo, que ganhou força na sua atuação no conflito da Síria e conquistou territórios por lá, passou a avançar sobre o norte iraquiano.
Em 29 de junho, o EI proclamou um califado nas áreas invadidas, e pediu a todos os muçulmanos que jurassem fidelidade ao seu líder, Abu Bakr al-Bagdadi, eleito califa – que significa, literalmente, o sucessor do profeta como chefe da nação e líder da comunidade muçulmana.
Uma imagem enviada em 14 junho de 2014 no site jihadista Welayat Salahuddin supostamente mostra militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL) durante uma execução de dezenas de membros das forças de segurança iraquianas capturados (Foto: AFP Photo/HO/Welayat Salahuddin)Foto de jihadista em suposta execução no Iraque
(Foto: AFP Photo/HO/Welayat Salahuddin)
O grupo extremista considera os xiitas infiéis que merecem ser mortos. Aos não muçulmanos, oferecem a "conversão ou a morte".
Sua violenta ofensiva tem o apoio de sunitas descontentes com o governo de Bashar Al-Assad na Síria e também com o governo iraquiano xiita. Criado em 2004 como um braço da Al-Qaeda no Iraque, hoje o EI é considerado mais radical que a própria rede terrorista a qual era ligado.
Os membros do EI são chamados de jihadista, nome dado aqueles que promovem a jihad – expressão traduzida no Ocidente como “guerra santa”. A jihad tem, originalmente, um significado mais espiritual. Porém com o tempo, passou a designar também a luta armada para impor um estado islâmico ou para combater aqueles considerados inimigos do islã.

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