terça-feira, 28 de outubro de 2014

Bacia Hidrográfica do Córrego do Gregório



BACIA HIDROGRÁFICA DO GREGÓRIO
BREVE DESCRIÇÃO
O córrego do Gregório nasce em área rural, a leste da cidade de São Carlos, em uma região de aproximadamente 900 m de altitude, onde nascem também o rio Monjolinho e o ribeirão dos Negros. Os três constituem importantes cursos d'água deste município.
A estrutura geológica desta região é constituída por três camadas: a 1ª é de solo arenoso (areia), a 2ª é de arenito, que é uma rocha porosa que origina o solo arenoso, e a 3ª é de basalto que é uma rocha dura e impermeável que dá origem à terra roxa.
A água pluvial, isto é, a água da chuva, infiltra-se pelo solo e acumula-se na rocha de arenito, originando o lençol freático. Quando este encontra uma camada de solo pouco espessa ou quando esta não existe, a água aflora na superfície, surgindo então uma nascente.
O córrego do Gregório percorre a área urbana no sentido leste - oeste. Atravessa a região central e deságua no Rio Monjolinho, na rotatória em frente ao shopping center. Tem uma extensão de aproximadamente 7 Km.
O Córrego nasce emn uma região sedimentar com predominância do arenito, podendo ser observada até, aproximadamente, a rotatória da Escola Educativa. A partir desse ponto até a desembocadura ocorre o afloramento de basalto, fazendo com que o córrego torne-se encachoeirado.

O vale formado pelo córrego tem a face norte mais inclinada do que a face sul. Este relevo acentuado pode ser percebido nas ruas perpendiculares ao curso d'água.

O Gregório, assim como todo curso d'água, é abastecido de duas maneiras: pela água subterrânea e pela água pluvial que chega diretamente, ou pelo escoamento superficial, isto é, a água que não se infiltra no solo, vai para o leito do córrego e encontra seu caminho. O que determina a direção do escoamento das águas pluviais é o relevo terrestre que varia de região para região. A água que cai da chuva vai escoar sempre dos locais mais altos (chamados de divisores de água) para os mais baixos, até encontrar os cursos de água.
O leito natural do Gregório foi bastante modificado na região central de São Carlos. Foi tirado do seu caminho original e colocado em linha reta, para facilitar a ocupação feita pela cidade. Outros pontos do córrego foram canalizados e ocupados por casas comerciais.
Antigamente, toda a zona do mercado, a partir da Rua São Joaquim, era de planícies de inundação, que com a urbanização da "baixada" foram aterradas. Para isso foi retirada muita terra dos barrancos laterais, dando origem às praças da Piscina Municipal, dos Voluntários e a praça onde hoje está localizado o mercado Municipal.
Esse local era chamado de Praça do Mercado, onde existia o mercado antigo. É possível visualizar esta modificação, observando os cortes nos terrenos dessas praças e a elevação da extremidade norte das mesmas. A terra dali retirada serviu para elevar o nível das ruas Alexandrina, Episcopal e da Avenida São Carlos, recobrindo a planície de inundação.Topo* Esse trecho foi compilado da entrevista concedida pelo Professor Mário Tolentino, por ocasião da confecção do vídeo sobre o Córrego.
Essa modificação levou ao aumento da velocidade com que a água de chuva chega ao córrego. Este fato, associado à canalização e à impermeabilização do solo, modificou o sistema de equilíbrio natural, aumentando o impacto das enchentes. O córrego passou a ser visto, então, como um problema para a cidade. Para que isso não ocorra em outras localidades, a exemplo do que acontece no centro de São Carlos, deve-se planejar o assentamento e a expansão da cidade.
É preciso considerar a natureza dos cursos d'água, respeitar a planície de inundação dos rios e conservar as áreas verdes e permeáveis responsáveis pela infiltração das águas pluviais. Assim evitam-se, em grande parte, as enxurradas.
Uma das áreas verdes permeáveis que ocorre naturalmente ao longo dos sistemas hídricos é a mata ciliar. Ela diminui a erosão e, conseqüentemente, o assoreamento dos rios, causada pela deposição de solos e sedimentos que vão diminuindo a profundidade e a vazão das águas.
Era exatamente assim às margens do córrego do Gregório: havia a mata ciliar e uma fauna diversificada a ela associada. A perda da mata ciliar contribuiu, ainda, para a contaminação desse recurso hídrico, mostrando o papel importante que o córrego exerce em nossa vida.
O leito antigo do córrego, praticamente já não existe mais, pois o processo de urbanização ocasionou mudanças no aspecto original do córrego, que foi em grande parte canalizado para construção de ruas, avenidas, bairros residenciais e comerciais.TopoAFLUENTES DO CÓRREGO DO GREGÓRIO (DA NASCENTE PARA A FOZ)
  • Córrego do Sorregotti, à margem direita, perto da Educativa


  • Córrego do Lazarini, à margem direita, próximo à Rua Major Manuel Antonio de Matos (na chácara do Lazarini havia um tanque ou represa que servia para os jovens nadarem e era a única piscina que existia em São Carlos);


  • Córrego do Simeão, a margem esquerda, hoje canalizado, passando pela Rua Episcopal, desembocando no Córrego do Gregório na região do mercado;


  • Córrego do Biquinha, à margem direita, que deságua na marginal na altura da Rua Visconde de Inhaúma.Topo

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A discussão e saída a campo pela área da Sub-Bacia Hidrográfica do Córrego do Gregório são instrumentos efetivos na abordagem do conteúdo ambiental curricular sugerido no PCN Meio Ambiente e também na visão e interpretação integradora e multidisciplinar objetivada com a nova Política Nacional de Educação Ambiental.
CONCEITOS E CONTEÚDOS
A área da referida bacia hidrográfica, por abranger características distintas em toda a sua extensão, facilita diferentes interpretações de ordem de uso e ocupação do ambiente pelo homem (ação antrópica).
De maneira geral sugere-se que haja distinção de objetivos/ambientes a serem trabalhados, isto é: ambiente natural (áreas particulares naturais urbanas ou rurais e unidades de conservação), ambiente rural e urbano.A excursão: o percurso elaborado é propício para o desenvolvimento das discussões e vivências nos ambientes rurais e urbano. Para ambiente natural (na região de São Carlos predominava as formações de Cerrado/Cerradão, Mata de Planalto e Mata de Araucárias) esta excursão não se mostra adequada por não apresentar manchas significativas destas formações.
Portanto os objetivos pedagógicos devem considerar proposição, ação e reflexão/avaliação para os dois ambientes em específico (urbano e rural).
A discussão: os ambientes urbano e rural de São Carlos, em especial na área da Sub-Bacia Hidrográfica do Córrego do Gregório, se encontram muito alterados/utilizados pelo homem de forma a manterem muito pouco das condições originais . A relevância desta situação e desta visita se dá pelo fato do aluno vivenciar exatamente as condições mais freqüentes de uso do ambiente no município. Este objetivo é muito importante visto que, todas as orientações pedagógicas recentes e, principalmente na educação ambiental, trabalha-se a realidade local como palco das ações e reflexões necessárias a melhoria de qualidade de vida da comunidade.
Pode-se pautar a excursão em termos comparativos de conteúdo entre os meios urbano e rural, por exemplo:
  • diferenças de uso do solo entre as áreas e seus impactos ambientais;
  • densidade populacional e condições de vida;
  • situação atual das áreas com relação aos recursos naturais (solo, água, vegetação, fauna);
  • infra-estrutura instalada (acessos, água, esgotos, energia elétrica, comércio, etc.)
Atividades/conteúdos pós-saída:
  • enquadramento da área local de vida dos alunos e da unidade escolar em ambiente urbano ou rural (trabalho com mapa do município)
  • levantamento e diagnóstico visual das condições sociais e ambientais do local de moradia dos alunos e/ou da unidade escolar
  • presentação e discussões da qualidade ambiental de São Carlos complementar aos diagnósticos locais, etc.

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