Trabalho de geografia
Miguel Henrique Martins dos santos nº 30
Pétric balbe de Souza nº 32
Fome no mundo
atual
A fome pode ser expressa de duas formas: aberta ou
epidêmica; e oculta ou endêmica. A fome aberta ocorre em períodos em que acontecem
guerra em um determinado lugar, desastres ecológicos ou pragas que compromete
drasticamente o fornecimento de alimentos, isso ocasiona a morte de milhares de
pessoas.
Atualmente esse tipo de fome não tem ocorrido. Hoje existem vários organismos humanitários que fornecem alimentos às áreas afetadas por conflitos. A fome oculta possui outra característica, é aquela no qual o indivíduo não ingere a quantidade mínima de calorias diárias, o resultado disso é a desnutrição ou subnutrição que assola 800 milhões de pessoas em todo mundo.
A subnutrição fragiliza a saúde, tornando a pessoa
acessível a doenças. Houve uma diminuição relativa no mapa da fome, mas a
realidade ainda é alarmante. Observando esse panorama, nota-se que a fome ou
subnutrição não é decorrente da produção insuficiente de alimentos, pelo
contrário, ano após ano a produção tem aumentado o volume, e é fato que a
produção de alimentos é mais do que suficiente para suprir as necessidades da
população mundial.
A geografia da
obesidade
A humanidade sempre se preocupou com
a alimentação da população, pois a fome e a subnutrição sempre estiveram
presentes na sociedade. Em tempos passados a sociedade não tinha como problema
a obesidade, mas sim a subnutrição.
Após o desenvolvimento das técnicas e
da tecnologia (década de 70), a produção de alimentos teve um aumento muito
grande e propiciou acessibilidade maior aos alimentos, além disso, as
indústrias diversificaram os tipos de alimentos, apresentando vários atrativos
de cores e sabores.
Atualmente o percentual de pessoas
obesas igualou e/ou superou o percentual de pessoas subnutridas, fato que
ocorreu pela primeira vez na história da humanidade.
A obesidade é caracterizada pelo
acúmulo de gordura, que aumenta a massa corpórea, assim, o peso fica acima do
ideal. O estado patológico provoca uma predisposição maior a doenças, como
problemas de coração, diabetes, sem contar que pessoas obesas têm uma
expectativa de vida menor do que um indivíduo de peso normal.
A
obesidade no mundo
Na China, o país mais populoso do
mundo, estimativo revela que o percentual de obesos já atingiu 15% da
população, enquanto que o percentual de subnutridos é de 11%. O agravante é que
à medida que diminui o percentual de subnutridos, aumenta o de obesos.
Nos EUA, pesquisas mostram que 30%
dos americanos são obesos, mas esse número provavelmente deve ser maior, cerca
de 50%, isso porque os americanos têm critérios avaliativos não muito rígidos,
diferente dos critérios mais rígidos dos europeus.
- Na Europa e Japão a obesidade
atinge 20% da população.
- No Brasil a porcentagem de obesos
atinge 11% da população adulta, número bastante superior de subnutridos, que é
de 4%.
As principais causas da obesidade é o
alto consumo de alimentos não saudáveis, sedentarismo e consumo de alimentos
industrializados.
A OMS (Organização Mundial de Saúde)
criou um termo chamado “globesidade” decorrente das mudanças ocorridas no
processo de globalização. Mas esse problema não se restringe aos ricos e à
classe média, é também problema dos pobres.
Nas duas últimas décadas os
brasileiros transformaram os modos alimentares, deixaram de lado o tradicional
arroz e feijão, para ingerir alimentos como cachorro quente, sanduíches e
fast-food em geral. Esse tipo de alimento é altamente prejudicial à saúde.
Os veículos de comunicação em massa
alertam sobre os riscos da obesidade e recomendam uma alimentação balanceada e
a prática de exercícios físicos.
Fome e
subnutrição
A
fome e a subnutrição são problemas que atingem os países mais pobres do globo.
São consequência das desigualdades sociais (causadas pela má administração dos
governos desses locais) e de uma situação crítica econômica que se arrasta há
muitas décadas nesses países, atingindo milhões de pessoas no mundo todo.
A fome é a situação na qual a alimentação que
o indivíduo consome não é suficiente para o gasto energético das atividades
básicas diárias. Em muitos casos de pobreza extrema, uma pessoa fica dias sem
ter o que comer ou ingere pouca quantidade de alimento. Pode ser comprovada
pela relação peso e altura em um indivíduo cujo Índice de massa Corporal (IMC)
esteja abaixo de 18%.
Já a subnutrição é a consequência da pouca ou nenhuma
ingestão de alimentos que são fontes de minerais, vitaminas e energia para que
uma pessoa cresça e desenvolva o corpo e o cérebro, especialmente bebês e
crianças.
A
subnutrição e a fome podem levar à morte, pois a carência de nutrientes no
organismo o deixa suscetível a diversas doenças. Também podem levar à
incapacidade de realizar tarefas simples, levando a pessoa a um quadro de
dificuldade mental.
Alguns
países do mundo sofrem mais com problemas relacionados à falta de alimentos
causados pela pobreza, como alguns países pobres da África, Ásia e América do
Sul.
Junto
com o problema da fome e da subnutrição, há a pobreza, a falta de saneamento
básico (água e esgoto) e a falta de remédios e médicos – quadro que agrava a
situação.
A
solução para esse problema tão sério é o investimento em políticas que deem
suporte econômico e social a esses países que se mantêm na linha da pobreza.
Cai o número de pessoas que passam fome no
mundo
16 de setembro de 2014,
Brasília - Cerca de 805 milhões de pessoas no mundo sofrem de fome, de
acordo com o novo relatório das Nações Unidas divulgado hoje. O Estado
da Insegurança Alimentar no Mundo (SOFI 2014, na sigla em inglês) confirmou a
tendência positiva global de diminuição do número de pessoas que passam fome,
reduzindo 100 milhões na última década e mais de 200 milhões em relação a
1990-1992.
A tendência geral na redução da fome nos países em
desenvolvimento significa que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de
reduzir pela metade a proporção de pessoas subalimentadas até 2015 pode ser
alcançado “se os esforços adequados e imediatos forem intensificados",
aponta o relatório. Atualmente, 63 países em desenvolvimento atingiram a meta
dos ODM, e mais seis estão próximos de alcançá-la em 2015.
O documento aponta que a erradicação da fome requer
o estabelecimento de um ambiente favorável e de uma abordagem integrada, o que
inclui investimentos públicos e privados para aumentar a produtividade
agrícola; o acesso a terra, serviços, tecnologias e mercados; e medidas para
promover o desenvolvimento rural e a proteção social para os mais vulneráveis.
O relatório também enfatiza a importância de
programas de nutrição específicos, principalmente para corrigir as deficiências
de micronutrientes de mães e crianças menores de cinco anos.
O relatório é publicado anualmente pela Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional
de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).
A redução da fome
acelerou, mas alguns países ainda não avançaram.
Apesar dos avanços significativos em geral, várias
regiões e sub-regiões ainda não avançaram. Na África Subsaariana, mais de uma
em cada quatro pessoas permanecem cronicamente subalimentados. Na Ásia, regiões
mais populosas do mundo, 526 milhões de pessoas passam fome.
A Oceania apresentou uma melhoria modesta na
prevalência de desnutrição (1,7% de queda), que era de 1 % em 2012-14. Por
outro lado, a América Latina e o Caribe se destacam como as regiões com os
maiores avanços globais no aumento da segurança alimentar.
De acordo com o relatório a proporção de pessoas
que sofre com a subalimentação na região América Latina e Caribe caiu de 15,3%
em 1990/92 a 6,1% em 2012-2014, totalizando 37 milhões, diferente das 68,5
milhões registradas em 1990-92. Isso significa que em pouco mais de duas
décadas, 31,5 milhões de homens, mulheres e crianças superaram a
subalimentação.
A América Latina e o Caribe também são região que
concentra o maior número de países que alcançaram o ODM relacionado à fome. No
total, 14 países já cumpriram a meta e, segundo o SOFI, outros três países
estão a caminho de alcançar antes de 2015.
O relatório deste ano traz ainda sete estudos de
caso - Bolívia, Brasil, Haiti, Indonésia, Madagascar, Malaui e Iêmen - que
destacam algumas iniciativas de como estes países estão combatendo a fome. Os
países foram escolhidos por causa de política, economia, diversidades e
diferenças culturais, principalmente no setor agrícola.
Brasil: país cumpriu com
ambas as metas
Dos países da América Latina e Caribe, o Brasil foi
um dos que cumpriu tanto a meta de reduzir pela metade a proporção de pessoas
que sofrem com a fome (meta 1C dos ODM) quanto à meta de reduzir pela metade o
número absoluto de pessoas com fome (meta CMA). No período base (1990-1992),
14,8% das pessoas sofriam de fome. Para o período de 2012-2014, o Brasil
reduziu a níveis inferiores a 5%.
Para a Representante Regional Adjunta da FAO para a
América Latina e Caribe, Eve Crowley, a implementação de um conjunto de
políticas públicas de forma articulada e integrada, com o estabelecimento de
marcos legal e institucional permitiram os avanços do país na superação da
fome. “Nos últimos anos, o tema da segurança alimentar foi posto no centro da
agenda política do Brasil. Isso permitiu que o país alcançasse tanto o primeiro
objetivo do ODM como da Cúpula Mundial da Alimentação”, avaliou Eve Crowley.
Os atuais programas que têm como objetivo erradicar
a pobreza extrema no país está focado na vinculação de políticas para o
fortalecimento da agricultura familiar com a proteção social de forma
inclusiva. “Há ainda muito a ser feito no Brasil, mas as conquistas estão
preparando o país para os novos desafios que deverão enfrentar”, ressalta a
Representante Regional Adjunta da FAO.
América Latina e Caribe poderiam erradicar a fome
somente com os alimentos que perdem e desperdiçam
Santiago do Chile, 16
de julho de 2014 – Na América Latina e
no Caribe se perdem e desperdiçam mais alimentos do que os necessários para
satisfazer as necessidades das 47 milhões de pessoas que ainda sofrem de fome
na região, disse hoje a FAO.
O relatório Caribe do Escritório Regional
da FAO, diz que 6% das perdas mundiais de alimentos ocorrem na região.
“A cada ano, a região perde ou desperdiça aproximadamente
15% de seus alimentos disponíveis, o que impacta a sustentabilidade dos
sistemas alimentares, reduz a disponibilidade local e mundial de comida, gera
menor renda para os produtores e aumentam os preços para os consumidores”,
explicou o Representante Regional da FAO, Raul Benítez.
Benítez complementa que as perdas e desperdícios também
têm um efeito negativo sobre o meio ambiente devido à utilização não
sustentável dos recursos naturais. “Enfrentar este problema é fundamental para
avançar na lista contra a fome e deve ser convertida em uma prioridade para os
governos da América Latina e do Caribe”, disse Benítez.
O que são e onde ocorrem
as perdas e desperdícios?
Segundo a FAO, as perdas de alimentos dizem respeito à
diminuição da massa disponível de alimentos para o consumo humano nas fases de
produção, pós-colheita, armazenamento e transporte. Já os desperdícios de
alimentos são as perdas derivadas da decisão de descartar alimentos que ainda
têm um valor nutricional, e estão associados principalmente ao comportamento
dos vendedores atacadistas e varejistas, serviços de venda de comida e
consumidores.
As perdas e desperdícios ocorrem ao longo da cadeia
alimentar: na região, 28% se dão no âmbito do consumidor; 28% da produção; 17%
no mercado e distribuição; 22% durante o manuseio e armazenamento e o 6%
restantes na etapa de processamento.
Perdas na venda no
varejo
Com os alimentos que se perdem na região somente na venda
no varejo, ou seja, em supermercados, feiras livres, armazéns e demais pontos
de venda, se poderia alimentar a mais de 30 milhões de pessoas, ou seja, 64%
das pessoas que sofrem de fome na região.
Os alimentos que se perdem neste nível nas Bahamas,
Jamaica, Trinidad e Tobago, Belize e Colômbia são equivalentes aos que se
necessitaria para alimentar a todos aqueles que sofrem de fome nestes cinco
países.
Antígua e Barbuda, Bahamas, Jamaica, São Cristóvão e
Neves, Trinidad e Tobago, Belize, Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador,
Suriname e Uruguai poderiam ter alimentos equivalentes aos que necessitam para
alcançar o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, se reduzissem
somente este tipo de perda.
“Ainda que seja
importante dizer que os países da região possuem as calorias mais que
suficientes para alimentar a todos seus cidadãos, a enorme quantidade de
alimentos que são perdidos ou que acabam na lixeira é simplesmente inaceitável
enquanto a fome continuar afetando a quase 8% da população regional”, explicou
Benítez.
Como acabar com as
perdas/desperdícios?
Existem formas de evitar as perdas e os desperdícios em
todos os elos da cadeia, principalmente por meio de investimentos em
infraestrutura e capital físico, melhorando a eficiência dos sistemas
alimentares e de governança sobre o tema mediante normas, investimentos,
incentivos e alianças estratégicas entre o setor público e o privado.
Um exemplo são os bancos de alimentos, que reúnem comida
que por diversas razoes seriam descartadas para sua redistribuição e que já
existem na Costa Rica, Chile, Guatemala, Argentina, República Dominicana,
Brasil e México. A Associação de Bancos de Alimentos do México, por exemplo, resgataram
56 mil toneladas de alimentos somente em 2013.
A sensibilização
pública também é chave e pode ocorrer por meio de campanhas dirigidas a cada um
dos atores da cadeia alimentar, como faz a iniciativa mundial SAVE FOOD uma parceria entre a
FAO, PNUMA e a companhia alemã Messe Düsseldorf. A SAVE FOOD reúne 250
parceiros, organizações e empresas públicas e privadas e realiza campanhas em
todas as regiões do mundo.
“Erradicar a fome na região requer que todos os setores
da sociedade façam esforços para reduzir suas perdas e desperdícios”, destacou
o Representante Regional da FAO para a América Latina e o Caribe.
Perdas e desperdícios
mundiais
No âmbito mundial, entre um quarto e um terço dos
alimentos produzidos anualmente para o consumo humano se perde ou desperdiça.
Isso equivale a cerca de 1,3 bilhões de toneladas de alimentos, o que inclui
30% dos cereais, entre 40 e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes
oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos pescados. A FAO calcula
que estes alimentos seriam suficientes para alimentar dois bilhões de pessoas.
Fome diminuiu no Brasil e se tornou fenômeno isolado, diz ministra.
A fome
deixou de ser um problema estrutural brasileiro para se tornar um fenômeno
isolado, disse hoje (16), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Tereza Campello, reforçando o que aponta a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em um relatório sobre a situação
alimentar no mundo.
Segundo
a entidade, o Brasil é um dos países de maior destaque entre o grupo de 63
nações em desenvolvimento que atingiram a meta de reduzir à metade a proporção
de pessoas subnutridas até 2015. Mas ainda há 3,4 milhões de pessoas que
não comem o suficiente para levar uma vida ativa e saudável. O universo
corresponde a 1,7% da população brasileira. Para a FAO, quando o percentual da
população subnutrida é inferior a 5%, o problema deixa de ser estrutural.
Veja
também no Portal EBC:
“O
país tem muito que comemorar. É uma vitória, mas não achamos que nossa missão
terminou. Pelo contrário. Isso torna nossa tarefa muito mais complexa, pois
após a construção de políticas públicas bem-sucedidas, temos agora que partir
para estratégias muito mais focalizadas, procurando identificar a população que
continua em situação de insegurança alimentar. É um novo patamar”, disse a ministra. Segundo
Tereza Campello, as 3,4 milhões de pessoas que ainda não comem o suficiente
estão distribuídas por todo o país, vivendo em comunidades indígenas,
quilombolas e isoladas; nas ruas e entre alguns grupos de ciganos.
Em
seu relatório, a FAO destaca os resultados alcançados pelo Brasil como um caso
de sucesso mundial. O país mereceu inclusive um estudo específico sobre as
estratégias adotadas para combater a fome e a subnutrição. “O Brasil é
hoje uma referência internacional de combate à fome. As experiências exitosas
como transferência de renda, compras diretas para aquisição de alimentos,
capacitação técnica de pequenos produtores, entre outras, estão sendo
transferidas para outros países”, destaca a FAO na publicação intitulada O Estado da Segurança
Alimentar e Nutricional no Brasil: Um retrato multidimensional.
Perguntada
sobre quais fatores mais contribuíram para o resultado alcançado - se o
Programa Bolsa Família, o aumento da renda da parcela mais pobre da população
ou a crescente oferta de alimentos -, a ministra destacou o sucesso do conjunto
de políticas públicas adotadas ao longo dos últimos anos.
“O
aumento da renda é um diferencial e o fator que mais acentuou a redução da
subnutrição, mas destaco a importância de outras iniciativas”, disse a
ministra. “Tendo acesso à renda por meio do aumento salarial, do número de
pessoas empregadas com salário digno e da Bolsa Família, as pessoas passaram a
poder se alimentar melhor. Melhoramos também a produção e distribuição de
alimentos com políticas como o programa de merenda escolar, que beneficia 43
milhões de crianças e jovens com refeições, e que pesa tanto quanto o aumento
da renda”, disse a ministra, reconhecendo que, desde a década de 1990, a
parcela da população subalimentada no Brasil vem caindo.
Somália está à beira de nova crise de fome, alertam ONGs.
A
Somália, que há três anos viveu uma crise de fome que deixou mais de 250 mil
mortos, está à beira de uma nova catástrofe devido à seca na região, que só
pode ser evitada por meio de ajuda humanitária urgente, alertaram hoje (20)
organizações não governamentais (ONGs).
O
alerta foi lançado pelo Consórcio de Organizações Não Governamentais da
Somália, que inclui 19 instituições locais e internacionais, entre as quais a
Action contre La Faim (ACF), Acted, Oxfam, Solidarités Internacional ou World
Vision. O comunicado também chama a atenção sobre a falta de fundos para ajudar
a evitar a crise.
“Os sinais de seca reapareceram na Somália […]
e não devem ser ignorados para evitar a voltar a cair nas mesmas condições que
levaram à catástrofe de 2011”, informou a nota. As ONGs apelaram a uma ajuda
urgente e que se prolongue pelos próximos três a seis meses, afirmando que
constam menos de 30% dos fundos necessários para fazer face à atual crise na Somália.
No
dia 20 de julho de 2011, precisamente há três anos, quando uma das piores secas
em 50 anos afetou mais de 10 milhões de pessoas na região do Chifre da África,
a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou estado de fome em diversas
regiões da Somália, onde a situação de guerra e o caos permanente, desde 1991,
agravaram a catástrofe climática.
Os
seis meses de fome, que se estenderam em todo o país, fizeram quase 260 mil
mortos, metade dos quais crianças com menos de cinco anos de idade, uma das
piores fomes no mundo nos últimos 25 anos.
FAO:
805 milhões de pessoas passam fome no mundo
Cerca de 805
milhões de pessoas, uma em cada nove sofre de fome crônica no mundo, segundo o
relatório O Estado da
Insegurança Alimentar no Mundo (Sofi
2014, na sigla em inglês), divulgado hoje (16) em Roma, na Itália, pela
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Leia mais
notícias:
O estudo confirmou
tendência positiva observada nos últimos anos de redução da desnutrição
mundialmente: o número de pessoas subnutridas diminuiu em mais de 100 milhões
na última década e em mais de 200 milhões desde o período1990-1992.
Segundo o
documento, a redução da fome nos países em desenvolvimento significa que a meta
dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de diminuir à metade a
proporção de pessoas subnutridas até 2015 pode ser alcançada “se apropriados e
imediatos esforços forem intensificados”.
Até o momento, 63
países em desenvolvimento alcançaram o objetivo, entre eles o Brasil, e outros
seis estão a caminho de consegui-lo até 2015. O documento incluiu este ano sete
estudos de casos, entre eles o Brasil. De acordo com o levantamento, o Programa
Fome Zero, que colocou a segurança alimentar no centro da agenda política, foi
o que possibilitou o país a atingir este ODM. O estudo também destaca os
programas de erradicação da extrema pobreza, a agricultura familiar e as redes
de proteção social como medidas de inclusão social no Brasil.
O relatório é uma
publicação conjunta da FAO, do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e do Fundo
Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida).
“Isto prova que
podemos ganhar a guerra contra a fome e devemos inspirar os países a seguir
adiante, com a ajuda da comunidade internacional se for necessário”, dizem, no
relatório, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, o
presidente do Fida, Kanayo Nwanze, e a diretora executiva do PMA, Ertharin
Cousin. Eles ressaltaram que “substancial e sustentável redução da fome é
possível com comprometimento político”.
O documento
ressaltou que o acesso a alimentos melhorou significativamente em países que
experimentaram progresso econômico, especialmente no Leste e Sudeste da Ásia. O
acesso à comida também aumentou no Sul da Ásia e na América Latina, mas
principalmente em países que têm formas de proteção sociais incluídas os pobres
no campo, segundo o estudo.
No entanto, o
relatório apontou que apesar do progresso significativo geral, ainda persistem
várias regiões que ficaram atrás. Na África Subsaariana, mais de uma em cada
quatro pessoas continua com fome crônica. A Ásia abriga a maioria dos famintos –
526 milhões de pessoas. A América Latina e o Caribe são as regiões que fizeram
os maiores avanços na segurança alimentar.
Como o número de
pessoas subnutridas permanece alto, os chefes das agências reforçaram a
necessidade de renovar o compromisso político para combater a fome por meio de
ações concretas e encorajam o cumprimento do acordo alcançado na cúpula da
União Africana, em junho, de acabar com a fome no continente até 2025.
Os líderes das
organizações destacaram que a insegurança alimentar e a desnutrição são
problemas complexos que devem ser resolvidos de maneira coordenada e apelam aos
governos para trabalhar em estreita colaboração com o setor privado e a
sociedade civil.
O relatório
reforça que a erradicação da fome requer o estabelecimento de um ambiente
propício e um enfoque integrado, que incluam investimentos públicos e privados
para aumentar a produtividade agrícola, o acesso a terra, aos serviços, às
tecnologias e aos mercados, além de medidas para promover o desenvolvimento
rural e a proteção social dos mais vulneráveis.
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