sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Relatório do trabalho no Acessa Escola- Miguel H. Martins dos Santos e Pétric Balbe de Souza





Trabalho de geografia



Miguel Henrique Martins dos santos nº 30
Pétric balbe de Souza nº 32



Fome no mundo atual
A fome pode ser expressa de duas formas: aberta ou epidêmica; e oculta ou endêmica. A fome aberta ocorre em períodos em que acontecem guerra em um determinado lugar, desastres ecológicos ou pragas que compromete drasticamente o fornecimento de alimentos, isso ocasiona a morte de milhares de pessoas.

Atualmente esse tipo de fome não tem ocorrido. Hoje existem vários organismos humanitários que fornecem alimentos às áreas afetadas por conflitos. A fome oculta possui outra característica, é aquela no qual o indivíduo não ingere a quantidade mínima de calorias diárias, o resultado disso é a desnutrição ou subnutrição que assola 800 milhões de pessoas em todo mundo.
A subnutrição fragiliza a saúde, tornando a pessoa acessível a doenças. Houve uma diminuição relativa no mapa da fome, mas a realidade ainda é alarmante. Observando esse panorama, nota-se que a fome ou subnutrição não é decorrente da produção insuficiente de alimentos, pelo contrário, ano após ano a produção tem aumentado o volume, e é fato que a produção de alimentos é mais do que suficiente para suprir as necessidades da população mundial.

A geografia da obesidade
A humanidade sempre se preocupou com a alimentação da população, pois a fome e a subnutrição sempre estiveram presentes na sociedade. Em tempos passados a sociedade não tinha como problema a obesidade, mas sim a subnutrição.
Após o desenvolvimento das técnicas e da tecnologia (década de 70), a produção de alimentos teve um aumento muito grande e propiciou acessibilidade maior aos alimentos, além disso, as indústrias diversificaram os tipos de alimentos, apresentando vários atrativos de cores e sabores.
Atualmente o percentual de pessoas obesas igualou e/ou superou o percentual de pessoas subnutridas, fato que ocorreu pela primeira vez na história da humanidade.
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura, que aumenta a massa corpórea, assim, o peso fica acima do ideal. O estado patológico provoca uma predisposição maior a doenças, como problemas de coração, diabetes, sem contar que pessoas obesas têm uma expectativa de vida menor do que um indivíduo de peso normal.

A obesidade no mundo

Na China, o país mais populoso do mundo, estimativo revela que o percentual de obesos já atingiu 15% da população, enquanto que o percentual de subnutridos é de 11%. O agravante é que à medida que diminui o percentual de subnutridos, aumenta o de obesos.
Nos EUA, pesquisas mostram que 30% dos americanos são obesos, mas esse número provavelmente deve ser maior, cerca de 50%, isso porque os americanos têm critérios avaliativos não muito rígidos, diferente dos critérios mais rígidos dos europeus.
- Na Europa e Japão a obesidade atinge 20% da população.
- No Brasil a porcentagem de obesos atinge 11% da população adulta, número bastante superior de subnutridos, que é de 4%.
As principais causas da obesidade é o alto consumo de alimentos não saudáveis, sedentarismo e consumo de alimentos industrializados.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) criou um termo chamado “globesidade” decorrente das mudanças ocorridas no processo de globalização. Mas esse problema não se restringe aos ricos e à classe média, é também problema dos pobres.
Nas duas últimas décadas os brasileiros transformaram os modos alimentares, deixaram de lado o tradicional arroz e feijão, para ingerir alimentos como cachorro quente, sanduíches e fast-food em geral. Esse tipo de alimento é altamente prejudicial à saúde.
Os veículos de comunicação em massa alertam sobre os riscos da obesidade e recomendam uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos.
Fome e subnutrição
A fome e a subnutrição são problemas que atingem os países mais pobres do globo. São consequência das desigualdades sociais (causadas pela má administração dos governos desses locais) e de uma situação crítica econômica que se arrasta há muitas décadas nesses países, atingindo milhões de pessoas no mundo todo.
A fome é a situação na qual a alimentação que o indivíduo consome não é suficiente para o gasto energético das atividades básicas diárias. Em muitos casos de pobreza extrema, uma pessoa fica dias sem ter o que comer ou ingere pouca quantidade de alimento. Pode ser comprovada pela relação peso e altura em um indivíduo cujo Índice de massa Corporal (IMC) esteja abaixo de 18%.
Já a subnutrição é a consequência da pouca ou nenhuma ingestão de alimentos que são fontes de minerais, vitaminas e energia para que uma pessoa cresça e desenvolva o corpo e o cérebro, especialmente bebês e crianças.
A subnutrição e a fome podem levar à morte, pois a carência de nutrientes no organismo o deixa suscetível a diversas doenças. Também podem levar à incapacidade de realizar tarefas simples, levando a pessoa a um quadro de dificuldade mental.
Alguns países do mundo sofrem mais com problemas relacionados à falta de alimentos causados pela pobreza, como alguns países pobres da África, Ásia e América do Sul.
Junto com o problema da fome e da subnutrição, há a pobreza, a falta de saneamento básico (água e esgoto) e a falta de remédios e médicos – quadro que agrava a situação.
A solução para esse problema tão sério é o investimento em políticas que deem suporte econômico e social a esses países que se mantêm na linha da pobreza.
 Cai o número de pessoas que passam fome no mundo

16 de setembro de 2014, Brasília - Cerca de 805 milhões de pessoas no mundo sofrem de fome, de acordo com o novo relatório das Nações Unidas divulgado hoje. O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo (SOFI 2014, na sigla em inglês) confirmou a tendência positiva global de diminuição do número de pessoas que passam fome, reduzindo 100 milhões na última década e mais de 200 milhões em relação a 1990-1992.
A tendência geral na redução da fome nos países em desenvolvimento significa que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir pela metade a proporção de pessoas subalimentadas até 2015 pode ser alcançado “se os esforços adequados e imediatos forem intensificados", aponta o relatório. Atualmente, 63 países em desenvolvimento atingiram a meta dos ODM, e mais seis estão próximos de alcançá-la em 2015.
O documento aponta que a erradicação da fome requer o estabelecimento de um ambiente favorável e de uma abordagem integrada, o que inclui investimentos públicos e privados para aumentar a produtividade agrícola; o acesso a terra, serviços, tecnologias e mercados; e medidas para promover o desenvolvimento rural e a proteção social para os mais vulneráveis.
O relatório também enfatiza a importância de programas de nutrição específicos, principalmente para corrigir as deficiências de micronutrientes de mães e crianças menores de cinco anos.
O relatório é publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).


A redução da fome acelerou, mas alguns países ainda não avançaram.
Apesar dos avanços significativos em geral, várias regiões e sub-regiões ainda não avançaram. Na África Subsaariana, mais de uma em cada quatro pessoas permanecem cronicamente subalimentados. Na Ásia, regiões mais populosas do mundo, 526 milhões de pessoas passam fome.
A Oceania apresentou uma melhoria modesta na prevalência de desnutrição (1,7% de queda), que era de 1 % em 2012-14. Por outro lado, a América Latina e o Caribe se destacam como as regiões com os maiores avanços globais no aumento da segurança alimentar.
De acordo com o relatório a proporção de pessoas que sofre com a subalimentação na região América Latina e Caribe caiu de 15,3% em 1990/92 a 6,1% em 2012-2014, totalizando 37 milhões, diferente das 68,5 milhões registradas em 1990-92. Isso significa que em pouco mais de duas décadas, 31,5 milhões de homens, mulheres e crianças superaram a subalimentação.
A América Latina e o Caribe também são região que concentra o maior número de países que alcançaram o ODM relacionado à fome. No total, 14 países já cumpriram a meta e, segundo o SOFI, outros três países estão a caminho de alcançar antes de 2015.
O relatório deste ano traz ainda sete estudos de caso - Bolívia, Brasil, Haiti, Indonésia, Madagascar, Malaui e Iêmen - que destacam algumas iniciativas de como estes países estão combatendo a fome. Os países foram escolhidos por causa de política, economia, diversidades e diferenças culturais, principalmente no setor agrícola.


Brasil: país cumpriu com ambas as metas
Dos países da América Latina e Caribe, o Brasil foi um dos que cumpriu tanto a meta de reduzir pela metade a proporção de pessoas que sofrem com a fome (meta 1C dos ODM) quanto à meta de reduzir pela metade o número absoluto de pessoas com fome (meta CMA). No período base (1990-1992), 14,8% das pessoas sofriam de fome. Para o período de 2012-2014, o Brasil reduziu a níveis inferiores a 5%.
Para a Representante Regional Adjunta da FAO para a América Latina e Caribe, Eve Crowley, a implementação de um conjunto de políticas públicas de forma articulada e integrada, com o estabelecimento de marcos legal e institucional permitiram os avanços do país na superação da fome. “Nos últimos anos, o tema da segurança alimentar foi posto no centro da agenda política do Brasil. Isso permitiu que o país alcançasse tanto o primeiro objetivo do ODM como da Cúpula Mundial da Alimentação”, avaliou Eve Crowley.
Os atuais programas que têm como objetivo erradicar a pobreza extrema no país está focado na vinculação de políticas para o fortalecimento da agricultura familiar com a proteção social de forma inclusiva. “Há ainda muito a ser feito no Brasil, mas as conquistas estão preparando o país para os novos desafios que deverão enfrentar”, ressalta a Representante Regional Adjunta da FAO.

América Latina e Caribe poderiam erradicar a fome somente com os alimentos que perdem e desperdiçam
Santiago do Chile, 16 de julho de 2014 – Na América Latina e no Caribe se perdem e desperdiçam mais alimentos do que os necessários para satisfazer as necessidades das 47 milhões de pessoas que ainda sofrem de fome na região, disse hoje a FAO.
O relatório Caribe do Escritório Regional da FAO, diz que 6% das perdas mundiais de alimentos ocorrem na região.
“A cada ano, a região perde ou desperdiça aproximadamente 15% de seus alimentos disponíveis, o que impacta a sustentabilidade dos sistemas alimentares, reduz a disponibilidade local e mundial de comida, gera menor renda para os produtores e aumentam os preços para os consumidores”, explicou o Representante Regional da FAO, Raul Benítez.
Benítez complementa que as perdas e desperdícios também têm um efeito negativo sobre o meio ambiente devido à utilização não sustentável dos recursos naturais. “Enfrentar este problema é fundamental para avançar na lista contra a fome e deve ser convertida em uma prioridade para os governos da América Latina e do Caribe”, disse Benítez.


O que são e onde ocorrem as perdas e desperdícios?
Segundo a FAO, as perdas de alimentos dizem respeito à diminuição da massa disponível de alimentos para o consumo humano nas fases de produção, pós-colheita, armazenamento e transporte. Já os desperdícios de alimentos são as perdas derivadas da decisão de descartar alimentos que ainda têm um valor nutricional, e estão associados principalmente ao comportamento dos vendedores atacadistas e varejistas, serviços de venda de comida e consumidores.
As perdas e desperdícios ocorrem ao longo da cadeia alimentar: na região, 28% se dão no âmbito do consumidor; 28% da produção; 17% no mercado e distribuição; 22% durante o manuseio e armazenamento e o 6% restantes na etapa de processamento.


Perdas na venda no varejo
Com os alimentos que se perdem na região somente na venda no varejo, ou seja, em supermercados, feiras livres, armazéns e demais pontos de venda, se poderia alimentar a mais de 30 milhões de pessoas, ou seja, 64% das pessoas que sofrem de fome na região.
Os alimentos que se perdem neste nível nas Bahamas, Jamaica, Trinidad e Tobago, Belize e Colômbia são equivalentes aos que se necessitaria para alimentar a todos aqueles que sofrem de fome nestes cinco países.
Antígua e Barbuda, Bahamas, Jamaica, São Cristóvão e Neves, Trinidad e Tobago, Belize, Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Suriname e Uruguai poderiam ter alimentos equivalentes aos que necessitam para alcançar o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, se reduzissem somente este tipo de perda.
“Ainda que seja importante dizer que os países da região possuem as calorias mais que suficientes para alimentar a todos seus cidadãos, a enorme quantidade de alimentos que são perdidos ou que acabam na lixeira é simplesmente inaceitável enquanto a fome continuar afetando a quase 8% da população regional”, explicou Benítez.


Como acabar com as perdas/desperdícios?
Existem formas de evitar as perdas e os desperdícios em todos os elos da cadeia, principalmente por meio de investimentos em infraestrutura e capital físico, melhorando a eficiência dos sistemas alimentares e de governança sobre o tema mediante normas, investimentos, incentivos e alianças estratégicas entre o setor público e o privado.
Um exemplo são os bancos de alimentos, que reúnem comida que por diversas razoes seriam descartadas para sua redistribuição e que já existem na Costa Rica, Chile, Guatemala, Argentina, República Dominicana, Brasil e México. A Associação de Bancos de Alimentos do México, por exemplo, resgataram 56 mil toneladas de alimentos somente em 2013.
A sensibilização pública também é chave e pode ocorrer por meio de campanhas dirigidas a cada um dos atores da cadeia alimentar, como faz a iniciativa mundial SAVE FOOD uma parceria entre a FAO, PNUMA e a companhia alemã Messe Düsseldorf.  A SAVE FOOD reúne 250 parceiros, organizações e empresas públicas e privadas e realiza campanhas em todas as regiões do mundo.
“Erradicar a fome na região requer que todos os setores da sociedade façam esforços para reduzir suas perdas e desperdícios”, destacou o Representante Regional da FAO para a América Latina e o Caribe.


Perdas e desperdícios mundiais
No âmbito mundial, entre um quarto e um terço dos alimentos produzidos anualmente para o consumo humano se perde ou desperdiça. Isso equivale a cerca de 1,3 bilhões de toneladas de alimentos, o que inclui 30% dos cereais, entre 40 e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos pescados. A FAO calcula que estes alimentos seriam suficientes para alimentar dois bilhões de pessoas.

Fome diminuiu no Brasil e se tornou fenômeno isolado, diz ministra.

A fome deixou de ser um problema estrutural brasileiro para se tornar um fenômeno isolado, disse hoje (16), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, reforçando o que aponta a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em um relatório sobre a situação alimentar no mundo.
Segundo a entidade, o Brasil é um dos países de maior destaque entre o grupo de 63 nações em desenvolvimento que atingiram a meta de reduzir à metade a proporção de pessoas subnutridas até 2015. Mas ainda há 3,4 milhões de pessoas que não comem o suficiente para levar uma vida ativa e saudável. O universo corresponde a 1,7% da população brasileira. Para a FAO, quando o percentual da população subnutrida é inferior a 5%, o problema deixa de ser estrutural.
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“O país tem muito que comemorar. É uma vitória, mas não achamos que nossa missão terminou. Pelo contrário. Isso torna nossa tarefa muito mais complexa, pois após a construção de políticas públicas bem-sucedidas, temos agora que partir para estratégias muito mais focalizadas, procurando identificar a população que continua em situação de insegurança alimentar. É um novo patamar”, disse a ministra. Segundo Tereza Campello, as 3,4 milhões de pessoas que ainda não comem o suficiente estão distribuídas por todo o país, vivendo em comunidades indígenas, quilombolas e isoladas; nas ruas e entre alguns grupos de ciganos.
Em seu relatório, a FAO destaca os resultados alcançados pelo Brasil como um caso de sucesso mundial. O país mereceu inclusive um estudo específico sobre as estratégias adotadas para combater a fome e a subnutrição. “O Brasil é hoje uma referência internacional de combate à fome. As experiências exitosas como transferência de renda, compras diretas para aquisição de alimentos, capacitação técnica de pequenos produtores, entre outras, estão sendo transferidas para outros países”, destaca a FAO na publicação intitulada O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil: Um retrato multidimensional.
Perguntada sobre quais fatores mais contribuíram para o resultado alcançado - se o Programa Bolsa Família, o aumento da renda da parcela mais pobre da população ou a crescente oferta de alimentos -, a ministra destacou o sucesso do conjunto de políticas públicas adotadas ao longo dos últimos anos.
“O aumento da renda é um diferencial e o fator que mais acentuou a redução da subnutrição, mas destaco a importância de outras iniciativas”, disse a ministra. “Tendo acesso à renda por meio do aumento salarial, do número de pessoas empregadas com salário digno e da Bolsa Família, as pessoas passaram a poder se alimentar melhor. Melhoramos também a produção e distribuição de alimentos com políticas como o programa de merenda escolar, que beneficia 43 milhões de crianças e jovens com refeições, e que pesa tanto quanto o aumento da renda”, disse a ministra, reconhecendo que, desde a década de 1990, a parcela da população subalimentada no Brasil vem caindo.

Somália está à beira de nova crise de fome, alertam ONGs.

A Somália, que há três anos viveu uma crise de fome que deixou mais de 250 mil mortos, está à beira de uma nova catástrofe devido à seca na região, que só pode ser evitada por meio de ajuda humanitária urgente, alertaram hoje (20) organizações não governamentais (ONGs).
O alerta foi lançado pelo Consórcio de Organizações Não Governamentais da Somália, que inclui 19 instituições locais e internacionais, entre as quais a Action contre La Faim (ACF), Acted, Oxfam, Solidarités Internacional ou World Vision. O comunicado também chama a atenção sobre a falta de fundos para ajudar a evitar a crise.
 “Os sinais de seca reapareceram na Somália […] e não devem ser ignorados para evitar a voltar a cair nas mesmas condições que levaram à catástrofe de 2011”, informou a nota. As ONGs apelaram a uma ajuda urgente e que se prolongue pelos próximos três a seis meses, afirmando que constam menos de 30% dos fundos necessários para fazer face à atual crise na Somália.
No dia 20 de julho de 2011, precisamente há três anos, quando uma das piores secas em 50 anos afetou mais de 10 milhões de pessoas na região do Chifre da África, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou estado de fome em diversas regiões da Somália, onde a situação de guerra e o caos permanente, desde 1991, agravaram a catástrofe climática.
Os seis meses de fome, que se estenderam em todo o país, fizeram quase 260 mil mortos, metade dos quais crianças com menos de cinco anos de idade, uma das piores fomes no mundo nos últimos 25 anos.

FAO: 805 milhões de pessoas passam fome no mundo

Cerca de 805 milhões de pessoas, uma em cada nove sofre de fome crônica no mundo, segundo o relatório O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo (Sofi 2014, na sigla em inglês), divulgado hoje (16) em Roma, na Itália, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
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O estudo confirmou tendência positiva observada nos últimos anos de redução da desnutrição mundialmente: o número de pessoas subnutridas diminuiu em mais de 100 milhões na última década e em mais de 200 milhões desde o período1990-1992.
Segundo o documento, a redução da fome nos países em desenvolvimento significa que a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de diminuir à metade a proporção de pessoas subnutridas até 2015 pode ser alcançada “se apropriados e imediatos esforços forem intensificados”.
Até o momento, 63 países em desenvolvimento alcançaram o objetivo, entre eles o Brasil, e outros seis estão a caminho de consegui-lo até 2015. O documento incluiu este ano sete estudos de casos, entre eles o Brasil. De acordo com o levantamento, o Programa Fome Zero, que colocou a segurança alimentar no centro da agenda política, foi o que possibilitou o país a atingir este ODM. O estudo também destaca os programas de erradicação da extrema pobreza, a agricultura familiar e as redes de proteção social como medidas de inclusão social no Brasil.
O relatório é uma publicação conjunta da FAO, do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida).
“Isto prova que podemos ganhar a guerra contra a fome e devemos inspirar os países a seguir adiante, com a ajuda da comunidade internacional se for necessário”, dizem, no relatório, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, o presidente do Fida, Kanayo Nwanze, e a diretora executiva do PMA, Ertharin Cousin. Eles ressaltaram que “substancial e sustentável redução da fome é possível com comprometimento político”.
O documento ressaltou que o acesso a alimentos melhorou significativamente em países que experimentaram progresso econômico, especialmente no Leste e Sudeste da Ásia. O acesso à comida também aumentou no Sul da Ásia e na América Latina, mas principalmente em países que têm formas de proteção sociais incluídas os pobres no campo, segundo o estudo.
No entanto, o relatório apontou que apesar do progresso significativo geral, ainda persistem várias regiões que ficaram atrás. Na África Subsaariana, mais de uma em cada quatro pessoas continua com fome crônica. A Ásia abriga a maioria dos famintos – 526 milhões de pessoas. A América Latina e o Caribe são as regiões que fizeram os maiores avanços na segurança alimentar.
Como o número de pessoas subnutridas permanece alto, os chefes das agências reforçaram a necessidade de renovar o compromisso político para combater a fome por meio de ações concretas e encorajam o cumprimento do acordo alcançado na cúpula da União Africana, em junho, de acabar com a fome no continente até 2025.
Os líderes das organizações destacaram que a insegurança alimentar e a desnutrição são problemas complexos que devem ser resolvidos de maneira coordenada e apelam aos governos para trabalhar em estreita colaboração com o setor privado e a sociedade civil.
O relatório reforça que a erradicação da fome requer o estabelecimento de um ambiente propício e um enfoque integrado, que incluam investimentos públicos e privados para aumentar a produtividade agrícola, o acesso a terra, aos serviços, às tecnologias e aos mercados, além de medidas para promover o desenvolvimento rural e a proteção social dos mais vulneráveis.


 

















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