terça-feira, 24 de março de 2015

Dia Mundial da Água I

Até 2030, o planeta enfrentará um déficit de água de 40%, a menos que seja melhorada dramaticamente a gestão desse recurso precioso. Essa é a conclusão inevitável do Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Água 2015 - Água para um mundo sustentável, lançado em 20 de março em nova Deli (Índia), em celebração ao Dia Mundial da Água (22 de março).
O Relatório é publicado pelo Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (World Water Assessment Programme, em inglês), liderado pela UNESCO por meio daUN-Water (mecanismo interagencial das Nações Unidas para assuntos relacionados à água e questões de saneamento). O Relatório enfatiza a necessidade urgente de mudar a forma como nós usamos e gerenciamos esse recurso vital, no momento em que as Nações Unidas preparam a adoção de novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
“Os recursos hídricos são um elemento-chave nas políticas de combate à pobreza, mas por vezes são ameaçados pelo próprio desenvolvimento. A água influencia diretamente o nosso futuro, logo, precisamos mudar a forma como avaliamos, gerenciamos e usamos esse recurso, em face da sempre crescente demanda e da superexploração de nossas reservas subterrâneas. Esse é o apelo feito pela edição mais recente do Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento de Recursos Hídricos. As observações do Relatório são oportunas, porque a comunidade internacional precisa elaborar um novo programa de desenvolvimento para substituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, diz a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova. 
“Já existe um consenso internacional de que água e saneamento são essenciais para que muitos dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam atingidos. Eles estão indissoluvelmente ligados a questões como mudança climática, agricultura, segurança alimentar, saúde, energia, equidade, questão de gênero e educação. Agora, devemos olhar para a frente, com vistas à mensurabilidade, ao monitoramento e à implementação”, diz Michel Jarraud, presidente da UN-Water e secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial.
Demanda crescente
Em 2000, a Índia tinha quase 19 milhões de poços mecanizados ou por tubos, em comparação a menos de um milhão em 1960. Essa revolução tecnológica teve um papel importante nos esforços do país em combater a pobreza, mas o consequente desenvolvimento da irrigação resultou, por sua vez, em um estresse hídrico significativo em algumas regiões do país, tais como Maharashtra e Rajastão.
Esse exemplo ilustra as relações complexas entre o acesso à água e o desenvolvimento. A água é essencial para o crescimento da economia e para o combate à pobreza, e também é diretamente afetada pelo desenvolvimento econômico. Para encontrar uma solução para esse desafio, devemos buscar um equilíbrio entre o suprimento e a demanda da água.
Porém, não estamos nem perto disso. Apesar do progresso considerável que tem sido realizado recentemente, 748 milhões de pessoas ainda não têm acesso a fontes de água potável de qualidade.* E aqueles mais afetados são as pessoas de baixa renda, os desfavorecidos e as mulheres.
Ao mesmo tempo, o planeta nunca esteve tão sedento. Para responder às necessidades de uma população em constante crescimento, os setores de agricultura e energia precisam continuar a produzir cada vez mais. De agora até 2050, a agricultura, que consome a maior parte da água, precisará produzir mundialmente 60% a mais de comida, 100% em países em desenvolvimento.
A demanda por bens manufaturados também está aumentando, o que, por sua vez, impõe maior pressão sobre os recursos hídricos. Entre 2000 e 2050, estima-se que a demanda da indústria por água crescerá até 400%.
Porém, enquanto a demanda por água aumenta exponencialmente – espera-se um aumento por volta de 55% até 2050 – e 20% das fontes mundiais de água subterrânea já estão sendo superexploradas, ainda não há um gerenciamento sustentável dos recursos. A irrigação intensa de plantações, a liberação descontrolada de pesticidas e produtos químicos em cursos d’água e a ausência de tratamento de esgoto – que são o caso para 90% das águas residuais em países em desenvolvimento – são provas dessa situação. 
Pressões do desenvolvimento sobre os recursos hídricos
O custo ambiental de práticas como essas é muito alto, o que resulta em poluição em larga escala da água e desperdício significativo. Na Planície do Norte da China, a irrigação intensa causou uma queda de mais de 40 metros do lençol freático. O custo ambiental também tem sido notado em termos de danos às vezes irreversíveis a muitos ecossistemas ao redor do mundo, especialmente em pântanos e áreas costeiras, o que reduz substancialmente suas capacidades para executar os serviços essenciais dos ecossistemas, como purificação e armazenamento de água.
A mudança climática aumenta ainda mais essa pressão. A maior variação na precipitação e a elevação das temperaturas causam mais evaporação e transpiração por parte da vegetação. Além disso, a elevação do nível do mar ameaça os lençóis freáticos nas áreas costeiras. Assim como em Calcutá (Índia), Xangai (China) e Daca (Bangladesh), outras cidades encontram suas reservas de água subterrânea contaminadas pela água salgada. O cenário é o mesmo nas Ilhas do Pacífico de Tuvalu e Samoa, cujos habitantes dependem cada vez mais de água importada para satisfazer suas necessidades, já que seus lençóis freáticos se tornaram salgados.
Segundo os autores do relatório, essa pressão crescente sobre os recursos hídricos provavelmente também levará a mais disputas entre os setores da economia, bem como entre regiões e nações.
Portanto, está na hora de mudarmos a forma de avaliar, administrar e utilizar esse recurso, o relatório destaca, apontando para falhas na nossa gestão da água. A água é muito barata, se comparada a seu real valor, e raramente é levada em consideração quando são tomadas as decisões relativas à energia e à indústria. Em geral, as decisões que determinam como será utilizada a maior parte dos recursos hídricos são tomadas por um número limitado de atores (estatais, paraestatais e privados) e seguem uma lógica ditada por objetivos de curto prazo mais do que por preocupações ambientais.  
O círculo virtuoso do desenvolvimento sustentável
O relatório enfatiza o papel das autoridades públicas para influenciar as escolhas estratégicas que garantirão um futuro duradouro para os nossos recursos hídricos. Recomenda, particularmente, limitar o desenvolvimento de usinas de energia térmica, que atualmente produzem 80% da nossa eletricidade e consomem grandes quantidades de água. Essa limitação pode ser alcançada, por exemplo, pela garantia de subsídios para energias renováveis, como a eólica e a solar, que ainda são relativamente caras. Isso também poderia significar o oferecimento de recompensas aos agricultores que utilizarem métodos eficientes de irrigação. Por exemplo, em um país árido como Chipre, os subsídios como esses têm levado a uma importante mudança das atitudes dos agricultores em relação a técnicas de irrigação e à imposição de técnicas que consomem menos água.
A transição para modelos mais sustentáveis de produção tem um custo, mas, como o Relatório aponta, tais investimentos são parte de um círculo virtuoso. De fato, os estudos mostram que para cada dólar investido na proteção de uma área de captação, até US$ 200 pode ser economizados no tratamento de água. Portanto, enquanto são necessários $ 235 mil anuais para aperfeiçoar o tratamento de esgoto com o objetivo de manter ecologicamente intactos os pântanos de Nakivubo em Uganda, esse ecossistema fornece um serviço de purificação de água para a capital, Kampala, cujo valor é estimado em US$ 2 milhões por ano. Em Nova York, a gestão das áreas de captação faz a cidade economizar um valor estimado de US$ 300 milhões por ano.
Os esforços realizados por alguns países mostram que são possíveis uma melhor governança e um uso mais cuidadoso da água, inclusive em países em desenvolvimento. As autoridades na área de gestão dos recursos hídricos em Phnom Penh (Camboja) são um caso a ser apontado. Essa organização, anteriormente acusada de corrupção e à beira da falência, tornou-se, no período de uma década, uma das mais eficientes empresas do mundo em suprimento de água. Ela reduziu os desperdícios de água de 60%, em 1998, para 6%, em 2008, o que equivale a todo o suprimento de água de Singapura.

6 comentários:

  1. Problemas com a falta d’água

    A água é uma substância muito importante para o ser humano, tão importante que tem até comemoração mundial.
    Mas a realidade é outra, tem uma crise hídrica na região metropolitana, a grande São Paulo, que sofre com a falta de chuva e tem seus reservatórios der água secos como o sistema Cantareira.
    Atualmente, a campanha de saneamento básico do estado de São Paulo (Sabesp) produz 30.240 litros de água para 11,8 milhões de moradores da capital , mas não e suficiente. Com o racionamento, dada à economia espontânea da população a produção de água na grande São Paulo caiu de 69 litros antes da crise, ou 298 litros por habitante.
    Em 1940 essa crise de falta d’água não existia, pois, o gasto industrial era menor e sobrava mais água aos habitantes. Hoje é ao contrario, é por isso que tem menos água disponível para os habitantes.
    Uma das soluções seria ter água potável só para abastecer a população, e também poderíamos utilizar água para o reuso em grande escala.

    Nome: Pedro Lucas Santana Nº25 8ª série C Águia de Haia

    ResponderExcluir

  2. O planeta sem água

    A água é muito importante para nosso planeta,porque sem água não sobrevivemos.
    Como outras coisas,por exemplo:Sem água não podemos tomar banho,escovar os dentes,fazer comida e etc...muitas pessoas enfrentam até duas horas de fila para encher garrafoes de água.O gasto industrial era menor e sobrava mais para os habitantes ,bicas poços e nascentes podem servir como fontes alternativas de água,em um cenário a população tinha de buscar a independencia hidrica por causa do agravamento de uma crise.Alguns locais,por exemplo,pode fornecer água potável,enquanto outros por a causa de poluentes e outras substancias que causam doenças,devem ter o recurso usado na limpeza da casa e da descargas.Para muitas pessoas a água faz muita falta,por isso vamos economizar para não faltar.
    Alunos:David,Thaynara e Marcio /numeros: 4,28 e 18 8º série C/E.E. Águia de haia.

    ResponderExcluir
  3. A água é muito importante para nosso planeta,porque sem água não sobrevivemos.
    Como outras coisas,por exemplo:Sem água não podemos tomar banho,escovar os dentes,fazer comida e etc...muitas pessoas enfrentam até duas horas de fila para encher garrafoes de água.O gasto industrial era menor e sobrava mais para os habitantes ,bicas poços e nascentes podem servir como fontes alternativas de água,em um cenário a população tinha de buscar a independencia hidrica por causa do agravamento de uma crise.Alguns locais,por exemplo,pode fornecer água potável,enquanto outros por a causa de poluentes e outras substancias que causam doenças,devem ter o recurso usado na limpeza da casa e da descargas.
    nom:alisson patric lima e thayna portes
    serie:8C
    N:2 e 27
    E.E AGUI DE HAIA

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. A água é muito importante para os seres humanos e também para os animais, pois sem ela nós não iremos sobreviver e muitas pessoas que estão doentes necessitam de muita água.
    Por isso,nós precisamos preservar as fontes de água e não podemos pensar somente em nós,não é porque na sua casa ou na sua cidade tem água disponível é que devemos desperdiçar.
    Ela é muito importante para lavar roupas, preparar os alimentos,tomar banho e para beber também.Já pensou em um dia normal em que nós iriamos abrir a torneira para pegar água e não sair água e se não preservar a água um dia isso vai acontecer. Cuidar e preservar a água é nossa obrigação. Shayanne nº 35 6º ano A

    ResponderExcluir