Bombardeios no Japão
Apesar dos Estados Unidos terem desenvolvido planos para uma campanha aérea contra o Japão, antes da Guerra do Pacífico, a captura de bases aliadas no Pacífico ocidental nas primeiras semanas do conflito acabou por postergar esta ofensiva até meados de 1944, quando o Boeing B-29 Superfortress ficou pronto para uso em combate. A Operação Matterhorn envolvia aviões B-29 baseados na Índia estacionados em bases nos arredores de Chengdu, na China, para fazer uma série de ataques a alvos estratégicos no Japão.A operação não atingiu os objetivos estratégicos que os seus planejadores previam, em grande parte devido a problemas de logística, problemas mecânicos do bombardeiro, a vulnerabilidade das bases de preparação chinesas e a longa distância necessária para alcançar as principais cidades japonesas.Haywood S. Hansell, o general das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos, determinou que Guam, Tinian e Saipan, nas Ilhas Marianas, serviriam melhor como bases para os B-29, mas eram regiões que estavam em mãos japonesas. Estratégias foram montadas para possibilitar a guerra aérea e as ilhas foram capturadas entre junho e agosto de 1944, quando foram desenvolvidas as bases aéreas e as operações com os B-29 foram iniciadas a partir das Marianas, em outubro de 1944. Estas bases eram facilmente reabastecidas por navios de carga. O XXI Comando de Bombardeiros começou missões contra o Japão em 18 de novembro de 1944.As primeiras tentativas de bombardear o Japão a partir do Marianas provaram-se tão ineficazes quanto tinham sido a com os B-29 na China. Hansell continuou com a prática chamada "bombardeio de precisão" de alta altitude, mesmo após essas táticas não terem produzido resultados aceitáveis. Estes esforços não tiveram sucesso devido a dificuldades logísticas com a localização remota, problemas técnicos com a aeronave nova e avançada, condições climáticas desfavoráveis e ataque inimigo.32
O sucessor de Hansell, o Major General Curtis LeMay, assumiu o comando em janeiro de 1945 e, inicialmente, continuou a usar as mesmas táticas, com resultados igualmente insatisfatórios. Sob pressão da sede da USAAF em Washington, LeMay mudou de tática e decidiu que ataques de baixa altitude com bombas incendiárias contra as cidades japonesas eram a única maneira de destruir as suas capacidades de produção. O objetivo inicialmente era de atacar instalações industriais, mas a partir de março de 1945, eles eram frequentemente dirigidos contra áreas urbanas. Grande parte do processo de fabricação era realizado em pequenas oficinas e casas particulares.Como a maioria dos bombardeios estratégicos durante a Segunda Guerra Mundial, o objetivo da ofensiva das USAAF contra o Japão era destruir as indústrias do inimigo, matar ou incapacitar trabalhadores civis dessas indústrias e minar o moral dos civis. Os civis que participaram do esforço de guerra através de atividades como a construção de fortificações e a fabricação de munições e outros materiais de guerra em fábricas e oficinas foram considerados combatentes no sentido legal e, portanto, passíveis de serem atacados.Ao longo dos próximos seis meses, o XXI Comando de Bombardeiros sob o comando de LeMay bombardeou 67 cidades japonesas. Obombardeamento de Tóquio, chamado de Operação Capelas, entre 9 e 10 de março, matou cerca de 100 mil pessoas, destruiu 41 quilômetros quadrados da cidade e 267 mil edifícios em uma única noite, o mais mortal bombardeio da guerra, a um custo de 20 aeronaves B-29 abatidas por fogo antiaéreo inimigo. Em meados de junho, as seis maiores cidades do Japão estavam devastadas. O fim dos combates em Okinawa neste mês forneceu aeródromos ainda mais próximos do território japonês, o que permitiu que a campanha de bombardeio fosse mais escalada. Aviões dos porta-aviões dos Aliados e em bases nas Ilhas Ryukyu também atingiam regularmente alvos no Japão durante 1945, em preparação para a Operação Downfall. O bombardeio mudou o foco para cidades menores, com populações que variavam de 60 mil a 350 mil habitantes. Esses ataques também foram muito bem sucedidos.Os militares japoneses não foram capazes de interromper os ataques aliados e a preparação defensiva dos civis do país mostrou-se inadequada. Os soldados e as armas antiaéreas japonesas tinham dificuldade em combates envolvendo bombardeiros voando em alta altitude. A partir de abril de 1945, os interceptores japoneses também tinham de enfrentar caças norte-americanos com base em Iwo Jima e Okinawa. Naquele mês, as forças aéreas do Exército Imperial Japonês e da Marinha Imperial Japonesapararam de tentar interceptar os ataques aéreos, a fim de preservar os aviões de caça para combater para uma futura invasão dos aliados. Eem meados de 1945, os japoneses apenas ocasionalmente interceptavam aeronaves B-29 que realizavam missões de reconhecimento sobre o país, para assim conservar o abastecimento de combustível. Em julho de 1945, os japoneses tinham estocado 137,8 milhões de litros de gasolina de aviação para se defenderem da invasão. Apesar dos militares japoneses terem decidido retomar os ataques contra os bombardeiros aliados do final de junho, por esta altura, havia poucos combatentes operacionais disponíveis para esta mudança de tática.
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