História da Cartografia- Mapa de Hecateu
Mapas estão entre as mais antigas formas de representação gráfica da humanidade. Há milhares de anos, mapas das terras conhecidas eram desenhados em argila, madeira, peles de animais, rochas e outros meios.
Com o tempo, aperfeiçoou-se os conhecimentos de geometria, astronomia e desenvolveu-se as tecnologias de medição de terras. Mapas eram importantes para a agricultura, transporte e para a conquista e a defesa de territórios, entre outras aplicações.
Os gregos antigos deram contribuições importantes para o desenvolvimento da Cartografia. Por volta de 500 aC., Hecateu de Mileto escreveu o primeiro livro de Geografia que se tem notícia. Algumas décadas depois, o historiados grego Heródoto enriqueceu as referências geográficas de Hecateu. Representações gráficas desses mapas, feitas naquela época, não chegaram até nós, conhecemos apenas suas descrições (veja imagem ao lado).
Hecateu concebia a Terra como um disco achatado, cercado por um oceano. Acredita-se, entretanto, que alguns filósofos gregos da mesma época ou anterior, como Pitágoras ou Parmênides, já concebiam uma Terra esférica. No século 4 aC. o conceito de Terra esférica já era aceito por grande parte dos filósofos gregos e, cerca de 350 aC., Aristóteles formulou seis argumentos para prová-lo. No século 3 aC, Eratóstenes, bibliotecário em Alexandria, mediu o diâmetro da Terra com incrível precisão para a época.
Os desenvolvimentos da cartografia no mundo antigo culminaram com os trabalhos de Cláudio Ptolomeu (c. 100 dC - 170), matemático e astrônomo grego. Após extensa pesquisa na Biblioteca da Alexandria, Ptolomeu produziu a mais completa obra sobre Geografia até o seu tempo, em oito volumes. Foi uma importante referência por toda a Idade Média. Já apresentava conceitos de projeções cartográficas e dispunha de um sistema de coordenadas, com referências a cerca de oito mil localidades. Ptolomeu, entretanto, não considerou o diâmetro da Terra calculado por Eratóstenes. Sua Terra era bem menor e acredita-se que Colombo considerou seus dados quando subestimou a distância até as Índias.
Com a ascensão do Cristianismo, a biblioteca de Alexandria foi incendiada. Muito do que conhecemos dos antigos gregos chegaram até nós por traduções dos árabes. O mundo passaria sem grandes evoluções do conhecimento até o Renascimento.Os romanos buscavam soluções práticas para seus empreendimentos militares, por isso adotavam o formato de disco em seus mapas. Poucos desses mapas sobreviveram com o passar da Idade Média.
A partir das grandes navegações, iniciadas pelos portugueses no século 15, o desenvolvimento da Cartografia ganhou novo fôlego. Técnicas de projeção cartográfica tornaram-se fundamentais. Para os portugueses, mapas eram segredo de estado, o que não impediu que, em 1502, o espião italiano Alberto Cantino copiasse e levasse para a Itália um mapa português do mundo conhecido até então.Em 1507, o cartógrafo alemão Martin Waldseemüller dividiu a Terra em dois hemisférios, ocidental e oriental, e batizou de America, a atual América do Sul, em homenagem a Américo Vespúcio.
Novas tecnologias, como a bússola, o astrolábio, o telescópio e outras, permitiram avanços notáveis. O método com base nos eclipses das luas de Júpiter, desenvolvido por Galileu, resolveram o problema das longitudes para os mapas. A partir da segunda metade do século 18, o mundo finalmente foi conhecido com as devidas coordenadas de suas feições. Veja um mapa do mundo de 1799.
Hoje, são comuns os mapas digitais com acesso a grandes bancos de dados, formando os Sistemas de Informações Geográficas (GIS). Mapas são formados dinamicamente de acordo com sua consulta, na projeção cartográfica de sua escolha. O posicionamento, com o GPS (Global Positioning System) é agora um brinquedo de crianças.
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