O subdesenvolvimento africano e suas raízes
Um dos principais motivos do subdesenvolvimento africano é a forma de ocupação e exploração, que corresponde à forma de colonização que ocorreu não somente na África, mas também na América e Ásia.
A África permaneceu, durante muito tempo, servindo como ponto de apoio às caravanas portuguesas que iam em direção à Índia, até esse momento não existia de forma efetiva a exploração.
No século XVI, os europeus começaram a capturar negros africanos com o intuito de vendê-los (como mercadoria) para o trabalho escravo, eles foram distribuídos por vários países do mundo, o Brasil foi o país que mais utilizou mão de obra escrava. A escravidão perdurou por três séculos.
A colonização da África no século XIX
No século XIX, a Europa já tinha iniciado o processo de industrializaçã; como a atividade exigia grande quantidade de matéria prima, houve a expansão da exploração na África e na Ásia, mas houve outro motivo que fez intensificar o aumento da exploração, foi a descolonização da América do Norte.
Impulsionados pelo crescimento industrial, os países que tinham iniciado sua estruturação promoveram um encontro para definir a divisão do continente africano e estabelecer quais áreas seriam exploradas, essa foi denominada de Conferência de Berlim, na qual participou: Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, entre outros.
Nesse mesmo período aconteceram várias expedições ditas ‘científicas’ na África, mas na verdade a intenção primordial era a de detectar e conhecer os recursos minerais existentes.
A Conferência de Berlim estabeleceu a partilha e provocou uma desestruturação nas sociedades africanas, com isso surgiram inúmeros problemas: os europeus, na partilha, mudaram as fronteiras nativas e incitaram a rivalidades étnicas, pois quando as fronteiras foram estabelecidas, em razão da diversidade cultural, muitos grupos rivais ficaram juntos e outros se separaram; houve uma mudança produtiva, pois deixaram o cultivo de subsistência para atender aos interesses europeus, esses introduziram a monocultura e a extração mineral. Em todo esse processo, os europeus não tiveram respeito com os africanos, pois não levaram em conta a identidade cultural do povo.
As resistências e a dominação cultural
Com a presença dos europeus, que impuseram sua cultura, alguns grupos se rebelaram e se confrontaram. Como os africanos não tinham armas, foram facilmente derrotados, até porque os europeus possuíam experiência em guerras.
As imposições culturais foram no sentido de fazê-los vestir roupas, já que alguns grupos tribais não tinham esse costume, mudança de hábitos alimentares, mudança da língua e religião (introduzindo o catolicismo), mudança produtiva, enfim, houve a perda da identidade cultural, essa dominação ocorreu até a metade do século XX.
O processo de descolonização
Até no início do século XX, somente a Libéria era independente, em 1920, o Egito; em 1940, Etiópia e a África do Sul.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou praticamente destruída e não estava em condições de administrar a África, ficando assim um pouco distante. Essa ausência gerou grupos de luta pela independência, nesse momento ocorreu a descolonização em praticamente todos os países africanos. Atualmente são 53 nações independentes.
Embora tenha ocorrido a descolonização, o processo de estruturação da África enfrenta vários problemas, tais como dificuldades internas que remetem às questões políticas, as lutas tribais, que são heranças da partilha; os governos ditatoriais, que muitas vezes são extremamente corruptos, a dependência financeira e o neocolonialismo.
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*Crédito da imagem: hikrcn / ShutterstockEduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola
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